Com o maior número de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus, os Estados Unidos também é um país com um dos sistemas de saúde mais caros do mundo, por ano quase 500 mil famílias perdem tudo só para pagar dívidas com hospitais. Alguns evitam buscar ajuda para não se endividar.
O professor universitário, Andrew Sensine, estava com febre, tosse e falta de ar, todos os sintomas da Covid-19, precisou ir para emergência para fazer exames, para alívio, não estava com coronavírus. Mas o drama com o sistema de saúde americano, considerado o pior dos países ricos estava começando.
"De repente, recebi um monte de contas do quarto de emergência e mais contas dos exames que eu fiz. Ao todo, o custo ficou em torno de 2 mil dólares. Ainda estou esperando receber a conta do hospital e do serviço de emergência. Isso tudo, na verdade, não é uma grande surpresa para quem vive nos Estados Unidos."
Os custos extras são comuns mesmo para quem tem um plano de saúde privado e as mensalidades já são muito caras, o custo médio é de U$ 462 por pessoa, podendo chegar em até U$ 1.000 em alguns estados. Nada é de graça, atendimento público não existe, apenas pessoas com mais de 65 anos ou de baixa renda tem assistencia do governo, ainda assim, muitas vezes precisam pagar parte do próprio bolso.
Antes da pandemia do novo coronavírus, 27 milhões de americanos não tinham nenhum tipo de seguro de saúde, Cerca de 35 milhões de pessoas podem perder a cobertura do plano de saúde, milhões já perderam porque tem planos de saúde subsidiado pelo empregador e mais de 20 milhões de pessoas perderam seus empregos no mês de abril deste ano.
A pandemia tem afetado especialmente os mais pobres, 1 em cada 5 americanos não tem condições financeiras para pagar o custo médio e deixam de ir aos hospitais. Mais de 530 mil famílias americanas perdem tudo por ano devido o alto custo do sistema de saúde.
"Não é que eles estejam sendo infectados com mais frequência, é que quando eles são infectados, esntão sujeitos a condições médicas, diabetes, hipertensão, obesidade, asma, esses são os tipos de coisas que os levam à UTI e resultam em uma maior taxa de mortalidade. Então, quando tudo isso acabar, como dissemos, vai acabar, superaremos o coronavírus, mas ainda haverá disparidades na saúde as quais realmente precisamos resolver." disse o infectologista Anthony Fauci.