558 mil devem votar no 2º turno em Teresina

No Piauí apenas Teresina terá a experiência do segundo turno mais curto da história das eleições

Urna eletrônica | Carlos Alberto Silva
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Os eleitores de 57 cidades brasileiras vão eleger, em 2º turno, os respectivos prefeitos neste domingo (29). No Piauí apenas Teresina terá a experiência do segundo turno mais curto da história das eleições, por conta da pandemia do novo coronavírus. Na capital estão aptos para votar 558.661 eleitores, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em apenas duas semanas, os candidatos Doutor Pessoa (MDB) e Kleber Montezuma (PSDB) tiveram que selar alianças e pedir votos no segundo round da corrida pela Prefeitura Municipal de Teresina, que iniciou em uma disputa acirrada com 13 candidatos de diferentes legendas.

O 2º turno das eleições municipais da capital tem previsão de ser tranquilo, seguindo a tendência do 1º. A campanha política, no entanto, precisou ser feita às pressas em um pleito completamente inovador, com a possibilidade de justificar voto fora do domicílio através de aplicativo e dispensação da biometria.

Diorgenes PandiniAnderson Lima, Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), conta que o processo eleitoral está muito bem encaminhado. “Nós terminamos os procedimentos com as urnas eletrônicas. O processo começou no sábado, a partir de um cronograma que foi concluído na terça-feira. As zonas já estão prontas para serem instaladas neste sábado, e isso deve começar logo cedo. Então as urnas ficam prontas para votação das 7h até às 17h no domingo [29]. No horário de 7h às 10h estamos dando a preferência para os idosos”, explica.

As medidas de distanciamento permanecem. “Os cuidados são os mesmos: álcool gel disponibilizado pelo TSE e levar sua própria caneta. Vamos ter canetas disponíveis, mas a recomendação é dar preferência em levar a própria. Além disso, o eleitor só pode entrar na sala de votação com máscara, se não ele não é autorizado a entrar no ambiente de votação”, acrescenta.

Quem não votou no 1º turno é obrigado a votar no 2º

É verdade que as eleições municipais de 2020 são marcadas por condições atípicas. Mas uma coisa é certa: mesmo quem não votou no primeiro turno é obrigado a votar no segundo. As condições de isolamento e higiene, preconizadas pela Justiça Eleitoral, devem ser respeitadas.

O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) reforça que ainda há a possibilidade de justificar o voto fora do domicílio através do aplicativo e-Título. “O eleitor que não votou no primeiro turno também é obrigado a votar no segundo turno, salvo se não estiver no domicílio eleitoral, podendo justificar pelo aplicativo, que tem um sistema de gps, que localiza que o eleitor não está na região onde vota. Em último caso, em razão da pandemia, em algum cartório eleitoral no dia da eleição”, revela.

Carlos Alberto SilvaA expectativa é de uma votação ainda mais tranquila que o 1º turno. “Por ser uma eleição com apenas dois candidatos é menor a possibilidade de haver transgressões por parte de candidatos. Esperamos um segundo turno bem mais tranquilo, é apenas um cargo a ser votado, o de prefeito. É uma votação mais rápida e menor possibilidade de aglomeração”, aponta o secretário.

As abstenções devem seguir a média história. “No Estado como um todo, tivemos cerca de 15% de abstenção, o que segue os números que já haviam sido registrados antes. Em Teresina foi em torno de 20%, um pouco maior. Esperamos que no segundo turno a média seja a mesma do primeiro”, conclui Anderson Lima.

 

 Segundo turno é importante para a democracia

Vitor Sandes, cientista político e professor universitário, destaca a importância do 2º turno como forma de sedimentação da democracia. “No Brasil, utilizamos o seguinte critério para realizar segundo turno: municípios acima de 200 mil eleitores podem ter segundo turno caso o primeiro colocado para as eleições para o Executivo não obtenha mais de 50% dos votos válidos. Em grandes cidades é comum a existência de muitas opções. Logo, a existência de um segundo turno evita que um candidato com poucos votos válidos seja escolhido para ser prefeito. Assim, o eleitor pode ser convocado duas vezes, o que amplia o tempo de apresentação e debates de propostas e projetos para o município”, revela.

O 2º turno é o momento de definir melhor disputas acirradas. “Imagina um cenário hipotético sem um segundo turno, em que os votos foram distribuídos, de forma bastante similar, entre quatro candidatos. Imaginamos que um deles obteve um pouco mais de 25% dos votos e conseguiu. No modelo de eleição de turno único, este seria o candidato eleito. No entanto, se somarmos os votos dos outros três candidatos, teríamos quase 75% dos votos válidos. Uma ampla maioria, portanto, não estaria de acordo com o candidato eleito. O segundo turno adiciona um segundo momento em que o eleitor, de fato, rejeitará o projeto que não acredita e optará por aquele mais próximo das suas preferências políticas. Logo, eleições mais acirradas ou disputadas levam ao segundo turno, principalmente quando vários candidatos obtiveram parcela relevante dos votos. “No entanto, existem casos de eleições acirradas que são decididas no primeiro turno, principalmente quando há somente duas candidaturas com força eleitoral”, acrescenta o cientista político.

O voto no segundo turno é tão importante quanto o primeiro. “O segundo turno é mais decisivo, pois não há uma outra rodada. O eleitor terá que decidir entre o que não deseja e o que deseja para o seu município. Mesmo que ele não tenha uma preferência inicial por um dos dois candidatos, ele terá que escolher aquele que está mais próximo das suas preferências e escolher. Muitos optam pelo voto nulo ou branco, mas o fato é que alguém governará o município e os votos anulados e dados em branco não são considerados para a contagem final. Apenas os votos válidos, ou seja, dados a um dos dois candidatos, valem e eles serão responsáveis por eleger o candidato que governará o município pelos próximos quatro anos”, finaliza Sandes.

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