Um levantamento divulgado recentemente mostra que 60% dos brasileiros com hepatite C estão sem diagnóstico da doença. Segundo a pesquisa, 36% das pessoas acreditam que a doença é transmitida no ato sexual - o que é considerado raro. O estudo mostrou ainda que 18% reconhecem que não sabem como a doença é contraída. Estima-se que sejam 2 milhões de pessoas infectadas no Brasil, sendo que menos de 5% delas recebem tratamento.
Atualmente, a hepatite C é considerada a principal causa de transplante de órgãos, com 65% dos casos, e de câncer de fígado, com 60% dos casos. Por ano, são 9 000 mortes causadas por doenças hepáticas, geralmente relcionadas à doença. Ao todo, o levantamento ouviu 2 125 pessoas de 120 municípios.
O Ministério da Saúde está convocando a população para fazer o teste da hepatite C. Além de se vacinar contra as outras formas do vírus: as hepatites A e B. O teste pode ser feito nos postos da rede pública de saúde e é recomendado especialmente para pessoas com mais de 40 anos. De acordo com o Ministério, esta faixa etária é primordial porque nas décadas de 1980 e 1990 havia mais sexo desprotegido, uso de drogas injetáveis e menor controle nas transfusões de sangue e na hemodiálise.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Em geral é uma doença silenciosa que nem sempre apresenta sintomas, mas quando estes aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Considerada um grave problema de saúde pública, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza imunizações contra as hepatites virais A e B.
A pesquisa foi encomendada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia e pela Sociedade Brasileira de Infectologia e realizada pelo instituto Datafolha. A divulgação ocorre no Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais