Na lida diária há duas décadas, José Francisco tem no rio a fonte de sua subsistência. Pescador e membro do grupo Guardiões do Poti, ele observa com atenção a qualidade da água. No rio, "correm" sonhos e a expectativa de um futuro melhor e mais sustentável.
Até 2017, José via uma piora gradativa no despejo de esgoto no Poti. Porém, desde a chegada da Águas de Teresina, esse panorama tem mudado, promovendo uma verdadeira "revolução sanitária" na capital do Piauí.
"Desde quando comecei a pescar, venho observando — porque gosto muito de prestar atenção nas coisas — que, a cada ano que passava, a situação piorava. Era algo crescente; a cada ano, piorava mais. Só que, quando aquele sistema de tratamento de esgoto da Zona Leste começou a funcionar, a gente percebeu uma diminuição na piora."
O pescador destaca a redução significativa especialmente nas proximidades das pontes Juscelino Kubitschek e da Primavera.
O sentimento de José é comprovado em números que não são apenas dados "frios", mas representam um avanço na qualidade de vida da população em geral.
Com 172 anos de história, até 2017 Teresina contava com apenas 19% de coleta e tratamento de esgoto. Hoje, esse índice supera os 60%, resultado de um trabalho intenso e planejado da Águas de Teresina, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto da capital desde aquele ano. O avanço representa uma triplicação no índice de cobertura e um impacto significativo na saúde dos munícipes.
Considerado um dos principais parâmetros de desenvolvimento socioeconômico, o esgotamento sanitário não apenas reduz a proliferação de doenças, mas também preserva os recursos hídricos e valoriza os imóveis urbanos.
Para a coordenadora de Engenharia da Águas de Teresina, Nayara Dumont, a infraestrutura é essencial, mas precisa ser complementada pela conscientização da população.
Esse trabalho conjunto é a chave para uma sociedade mais saudável e sustentável, como diz o ditado: "a união faz a força".
A revolução alavancada pelo trabalho incansável da Águas de Teresina depende de toda uma mudança na infraestrutura da cidade. O sistema, outrora "arcaico" e sem a menor capacidade de atender à demanda de uma capital, agora passa por uma modernização, consolidando-se como uma obra permanente que trará benefícios imensuráveis com o passar dos anos.
Desde que assumiu os serviços, a Águas de Teresina já investiu mais de R$ 1,1 bilhão em infraestrutura, modernizando a rede existente e implantando novas soluções. Atualmente, R$ 300 milhões estão sendo aplicados em obras de esgoto, beneficiando cerca de 480 mil pessoas até o final deste ano. Para os próximos cinco anos, a empresa prevê investir mais R$ 835 milhões.
Mocambinho, zona Norte de Teresina, os moradores escancaram o otimismo com os investimentos prospectados pela concessionária. Almejam mais saúde e menos transtornos com o esgoto a céu aberto. O sonho é que esses episódios passem a fazer apenas parte do passado.
No"Estamos com uma expectativa muito boa em relação a esses investimentos que estão ocorrendo na cidade e que agora chegaram à minha rua. Melhorias que vão tirar esse esgoto a céu aberto da nossa porta, eliminar as fossas sépticas de nossas casas, além de outros benefícios", comemora José Ribamar, aposentado.
Maria da Cruz, costureira e moradora do mesmo bairro, compartilha a satisfação:
Avenida Maranhão, uma das principais vias da cidade, as obras seguem em ritmo acelerado. Nayara Dumont explica a importância do interceptor em construção:
Na"Essa obra é de fundamental importância para coletar o esgotamento sanitário. Trata-se de uma tubulação maior, que coleta as redes provenientes das tubulações dos bairros e as direciona para a estação de tratamento, onde o esgoto passará pelo processo de tratamento antes de ser devolvido ao meio ambiente de forma adequada."
As obras, porém, trazem desafios. Abrir asfalto, escavar valas e interferir no trânsito são medidas inevitáveis para reestruturar um sistema defasado e desgastado.
"Costumo comparar essas obras a reformas em casa: causam transtornos temporários, mas o benefício que fica é permanente", compara Nayara.
Esse caráter permanente é sentido dia a dia, gradualmente, com os benefícios viabilizados pelas obras da Águas de Teresina.
Para garantir o pleno funcionamento do sistema, a Águas de Teresina tem investido em diálogo social e educação. Gabriel Barbosa, gerente de responsabilidade social da empresa, destaca o impacto dos projetos educativos:
A conscientização é vista como peça-chave no processo de universalização do saneamento.
"O saneamento é um trabalho coletivo, que exige esforço conjunto. A concessionária deve garantir a infraestrutura e o tratamento, mas a população precisa fazer sua parte. Cada um deve entender sua responsabilidade e colocá-la em prática para que possamos preservar o meio ambiente e usufruir dos benefícios que o saneamento proporciona", reforça Nayara Dumont.
A manhã ensolarada no Vale do Gavião, zona leste de Teresina, agora traz um cenário diferente para a Escola Municipal Noélia Maranhão. O que antes era marcado por esgoto a céu aberto e frequentes ausências dos alunos devido a doenças, tornou-se uma história de transformação e esperança, graças ao projeto “Escola Saneada”, da Águas de Teresina.
“O saneamento básico é um direito humano essencial. Antes do projeto, nosso índice semanal de faltas era de 20%, porque muitas crianças adoeciam. Hoje, a frequência escolar aumentou significativamente, e a saúde dos nossos alunos melhorou muito”, destaca Ana Cristina Magalhães, diretora da unidade de ensino.
A observação feita pela profissional de educação encontra respaldo em dados oficiais. Entre 2017 e 2021, as internações por diarreia em Teresina apresentaram uma queda de 68%, passando de 419 para 131 casos. No mesmo período, os casos de dengue reduziram em 66%, e as hospitalizações diminuíram cerca de 20%.
Esse declínio, registrado entre 2017 e 2021, coincide com a instalação e atuação da Águas de Teresina na cidade. Em 2021, a incidência de chikungunya caiu drasticamente de 2.608 para 75 casos, com uma redução de 94% nas hospitalizações e nenhum óbito por zika vírus registrado no ano. Os números são da Fundação Municipal de Saúde.
O programa, que conecta escolas públicas à rede de esgotamento sanitário, trouxe benefícios diretos para alunos, professores e famílias. Além da melhoria na frequência escolar, Ana Cristina observa impactos positivos na rotina das famílias.
As ações vão além da infraestrutura. A escola utiliza a temática do saneamento como ferramenta pedagógica.
“Temos projetos como a horta escolar e atividades no Dia da Água, que ensinam, na prática, a importância do saneamento e da sustentabilidade”, complementa a diretora.
Gabriel Barbosa, gerente de Responsabilidade Social da Águas de Teresina, explica que o objetivo principal do Escola Saneada é promover saúde, qualidade de vida e conscientização ambiental.
“A conexão intradomiciliar, realizada por nós, leva o esgoto para a estação de tratamento, garantindo um ambiente mais saudável. Este é um compromisso com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da comunidade”, afirma Gabriel.
A escolha das escolas segue critérios técnicos, priorizando áreas onde a rede coletora foi recentemente implantada, mas as escolas ainda não estavam conectadas.
“Além do Noélia Maranhão, outras três escolas já foram beneficiadas. Nosso plano é expandir o projeto no próximo ano, alcançando mais unidades escolares”, anuncia Gabriel.
Cristóvão Silva Moreira, pai de Valentina, aluna da Noélia Maranhão, compartilha como o projeto mudou a realidade da família.
“Antes, não havia saneamento, e o mau cheiro era constante. Agora, o esgoto é tratado, e temos mais segurança. É uma transformação que traz orgulho”, comenta.
Para o professor José Maria da Costa, da Escola Deoclécio Dantas, a iniciativa reflete diretamente na aprendizagem dos alunos.
“Não tenho dúvida de que isso só vem contribuir com a aprendizagem das crianças, que passam a contar com instalações adequadas e livres de possíveis doenças, como dengue e chicungunha, ocasionadas por mosquitos oriundos de esgoto a céu aberto. E a gente sabe criança doente fica em casa e consequentemente não aprende”, ressalta.
Com 1.094 alunos beneficiados diretamente, o Escola Saneada simboliza a importância de parcerias que vão além do básico.
“Trabalhamos para criar um impacto duradouro. Pessoas que vivem em áreas saneadas têm, em média, dois anos a mais de escolaridade. Isso é desenvolvimento humano e social”, enfatiza Gabriel Barbosa.
A Águas de Teresina demonstra que saneamento não é apenas uma questão técnica, mas um investimento no futuro. Com ações integradas entre saúde, educação e sustentabilidade, a empresa reafirma seu compromisso com o bem-estar da população.
Teresina figura hoje entre as capitais nordestinas que mais investem em saneamento básico. Segundo o Ranking do Saneamento 2024 do Instituto Trata Brasil, a capital piauiense é a segunda no Nordeste em investimentos per capita no setor, com um valor médio anual de R$ 208,51 por habitante em 2023.
As palavras da diretora-presidente da concessionária dão a tônica do compromisso social da Águas de Teresina - transformando realidades, transformando vidas.
A concessionária Águas de Teresina alcançou a marca de tratamento diário de 40 milhões de litros de esgoto, abrangendo todas as regiões da capital. A expansão da rede de saneamento tem sido implementada de forma equilibrada, beneficiando zonas Sul, Norte, Leste, Sudeste e o Centro da cidade, sem concentrar esforços em áreas específicas. Atualmente, a cobertura de coleta e tratamento de esgoto na capital é de 63%, com projeções de alcançar 80% até 2028 e a universalização completa até 2033.
Entre os avanços entregues, destacam-se a implantação de 220 km de rede coletora, 7,1 km de linhas de recalque, 3,3 km de interceptores e 23 novas Estações Elevatórias de Esgoto. Essas melhorias vêm transformando a qualidade de vida na capital, um modelo que agora será replicado em todo o estado.
A Aegea Saneamento, holding controladora da Águas de Teresina, venceu o leilão realizado na Bolsa de Valores brasileira, a B3, para a concessão dos serviços de água e esgoto nos 224 municípios do Piauí. Com um investimento previsto de R$ 8,6 bilhões ao longo de 35 anos, a empresa assume o compromisso de universalizar o saneamento tanto nas zonas urbanas quanto rurais, com exceção das áreas urbanas de Teresina, Landri Sales e Antônio Almeida, que já possuem sistemas próprios. A transição para o novo contrato será efetivada em até seis meses.
O governador Rafael Fonteles celebrou o marco histórico para o Estado.
"Isso significa mais de R$ 8,6 bilhões de investimentos para garantir a universalização do serviço de água e esgoto em todos os municípios do Piauí", afirmou.
A expectativa é que o modelo bem-sucedido de Teresina inspire a mesma transformação em todo o Piauí, promovendo saúde, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável para a população.