“É um aprendizado que vai possibilitar cada uma de nós ingressar no mercado de trabalho quando sairmos daqui”. É assim que a detenta Edna Luz, presa há dois anos e quatro meses na Penitenciária Feminina de Teresina, conceitua o curso de qualificação profissional que está sendo oferecido às internas da unidade prisional.
Através de parceria entre as secretarias estadual de Justiça e de Trabalho e Emprego, o programa Qualifica Piauí ofertará aulas de Embelezamento e Corte e Costura durante 22 dias para 96 presas da Penitenciária Feminina. O secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, participou da aula inaugural do curso, ocorrida na manhã de ontem (29), e afirmou que o objetivo do Governo do Estado é proporcionar oportunidade de emprego e garantir a ressocialização das internas.
“Essas mulheres hoje estão privadas de liberdade, mas um dia elas sairão e vão retornar para os seus lares. A ideia da Sejus é que elas tracem um caminho voltado para o trabalho e ao estudo. Esse curso vai trazer benefícios nessa ordem”, conta o secretário.
A gerente da Penitenciária Feminina, Socorro Gondinho, considera que oportunizar curso de qualificação faz uma verdadeira mudança na cultura do sistema penitenciário. De acordo com a administradora, o presídio feminino possui 150 detentas e 85% delas irão participar das aulas.
“O objetivo é que todas participem. Apresentar para elas [detentas] a possibilidade de voltar para a sociedade com uma bagagem diferente e administrar a vida com outras perspectivas é algo de grande importância”, acredita Socorro. As aulas serão ministradas dentro de caminhão itinerante de alta tecnologia.
De acordo com Daniel Oliveira, ressocializar os ingressos do sistema prisional tem sido uma das maiores diretrizes do Governo do Estado. Para os próximos meses, a Sejus planeja interiorizar as ações de humanização nos presídios de Parnaíba e Picos.
“O que no mês de janeiro parecia ser muito distante da nossa realidade, hoje está sendo concretizado no Piauí. Na Colônia Agrícola Major César esse trabalho já esta sendo desenvolvido e temos resultados concretos com pessoas que saem da prisão e conseguem empregos nas construtoras para trabalhar em obras de construção”, ressalta o gestor.
Reclusa há dois anos, Francinete dos Anjos sente as mudanças positivas que, segundo ela, estão ocorrendo na Penitenciária Feminina nos últimos meses. “Antes não tínhamos atividade para entreter nossa mente. Esse curso vem para provar que temos capacidade de sermos ressocializados e que o crime não compensa”, falou.