A entrega de exames de paternidade e pensão alimentícia está com muito atraso na capital em razão da superlotação dos cartórios. Um exemplo é o caso de Karina, que luta há sete meses para receber o inventário do imóvel da sua mãe já falecida para obtenção de recursos financeiros tratamentos de saúde.
Os quatro irmãos de Karina resolveram abrir mão do imóvel para que ela consiga angariar os recursos que precisa e resolveram passar a casa para o nome da irmã.
O procedimento, que deveria ser simples, está ainda sem previsão de conclusão. Conhecendo o caso, o corregedor Paes Landim notificou a juíza Regina Freitas, que deveria ter homologado a documentação para legalização em cartório e, por fim, ser feita a efetivação da transação.
?Ela disse que seria um processo simples porque se tratava de um imóvel e todas as partes estavam de acordo. Ela disse que faria em 60 dias. Eu falei com ela em fevereiro?, desabafa Karina.
Dr. Sebastião Rodrigues, da Ordem dos Advogados do Piauí, assegura que o problema não é recente. ?Infelizmente é uma questão de longos e longos anos. Temos a plena ciência na OAB que estamos lutando, tentando a dura penas, resgatar o máximo de tempo possível o atraso na nossa estrutura judiciária?.
Ele conclui afirmando que foi feito um estudo comparando a estrutura do poder judiciário do Piauí com a dos estados do Nordeste ?e a nossa como não foi surpresa, está muito atrasada, estamos sucateados; nem ouso a comparar com o Ceará e nem com o Maranhão?.