O chefe de vendas da Airbus, John Leahy, disse nesta segunda-feira (8) a um pequeno grupo de jornalistas em Kuala Lumpur que o avião modelo A330-220 da companhia é "confiável", seguro e essencial para a indústria aérea.
Segundo ele, é muito cedo para tirar conclusões sobre o acidente da semana passada com o voo 447.
"É cedo demais para especular neste momento", disse ele à agência Dow Jones, durante a reunião anual da Associação Internacional de Transporte Aéreos (Iata), na Malásia.
Ele disse que o A330 voa há 15 anos e é um "animal de carga da indústria mundial de transporte".
"Hoje há 600 aviões (A330) voando e temos 400 pedidos firmes", disse. "É um avião muito confiável."
Diversas companhias aéreas que usam aviões Airbus A330-200 disseram nesta segunda-feira que estão aguardando orientações da Airbus antes de realizarem qualquer mudança de equipamentos.
O presidente-executivo da Gulf Air, Bjorn Naf, disse à Reuters que estava tentando marcar uma reunião com a Airbus durante o encontro da Iata para receber uma atualização das investigações sobre o acidente e suas causas.
"Se houver uma recomendação oficial, é claro que nós vamos agir, nós não comprometemos a segurança", disse Naf em entrevista.
A Airbus percebeu problemas nos leitores de velocidade de seus jatos A330 antes do acidente com o avião da Air France que fazia a rota Rio-Paris e que caiu no mar quatro horas após a decolagem, no domingo. De acordo com os investigadores franceses que apuram as causas do acidente, a fabricante de aeronaves avisou seus clientes para substituírem uma peça.
"Se a Airbus distribuir uma diretriz, nós vamos responder", disse Akbar al-Baker, presidente-executivo da Qatar Airways, que tem 16 aviões A330-200.
"A tragédia da semana passada sobre o Atlântico Sul lembrou a todos nós que a segurança é um desafio constante", afirmou Giovanni Bisignani, diretor-geral e chefe-executivo do Iata, em discurso aos membros e delegados da entidade em Kuala Lumpur.
"Esse problema foi levantado na mídia, não sabemos se esse é o problema", disse Fernando Pinto, presidente-executivo da companhia aérea portuguesa TAP, que tem 12 aviões do modelo, acrescentando que a empresa "vai seguir qualquer orientação da Airbus."
A Air France informou no fim de semana que já estava acelerando a substituição dos sensores de velocidade de seus aviões antes do acidente, após ter verificado um congelamento da peça pela primeira vez em maio de 2008 e não ter chegado a um acordo com a Airbus sobre como agir para resolver o problema.
Os investigadores da França consideram a possibilidade de que os sensores de velocidade tenham congelado, mas afirmam que é muito cedo para determinar qual foi a causa do acidente com as poucas evidências que se tem à disposição até o momento.