A ONG O Amor é a Resposta, que fica no bairro Ilhotas, próximo ao Ceir, é um exemplo de como a boa vontade pode falar mais alto. Em um só espaço, mais de 250 crianças são atendidas por semana, além dos adultos que também participam de ações diversas. Com a ajuda do governo e da comunidade, a psicóloga Rita de Cássia oferece as mais diversas modalidades esportivas e culturais.
Crédito: Lucrécio Arrais
O prédio oferece aulas de judô, balé, skate, futsal, handebol, pré-técnico para ingressar no Instituto Federal do Piauí (Ifpi), inglês, espanhol, cinema na rua, além de uma sopa para a comunidade, com uma roda de conversa sobre cidadania. O espaço também oferece psicoterapia, acupuntura auricular e acolhimento de pessoas em situação de rua.
Para se manter, a organização conta com o apoio da Secretaria Estadual de Assistência Social (Sasc), que cedeu o prédio, além de recursos do Fundo da Criança e do Adolescente e da Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas (Cendrogas). O Rotary Club Teresina Piçarra também atuou de forma importante, realizando trabalhos e montando um brechó comunitário para o autofinanciamento da instituição.
Crédito: Lucrécio Arrais
Para Rita de Cássia, o amor é mesmo a resposta. “Aqui não tem burocracia para nada. Para que precisamos de burocracia para oferecer um banho a alguém que precisa? Um lanche? Temos porta aberta. A gente acolhe primeiro. As pessoas estão abandonadas, ninguém quer saber de ninguém. Antes queriam saber pelo menos da família, hoje nem isso. Aqui a gente é um apoio”, revela a coordenadora.
“As pessoas abrem a boca, falam suas histórias e você fica bobo. Não precisa pedir identidade. Nós percebemos a dificuldade neste mundo. Até a gente que tem trabalho, recebe mentalmente, somos maltratados no comércio. Avalie uma pessoa em situação de rua. Elas precisam de um ouvido de coração aberto”, acrescenta.
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O trabalho com as crianças é um trabalho de busca ativa. “Não tem nada no Ilhotas. Nada para o lazer das crianças. Então, desde 2009 buscamos oferecer esse tipo de lazer. Inclusive tem crianças e adolescentes conosco, desde essa época, e duvido que eles vão usar drogas. Primeiro foi o futsal, e agora o skate, que é irado. Eles adoram”, aponta Rita de Cássia.
As aulas de skate são as mais disputadas. “Tem criança aqui que nunca tinha ido ao Centro. A gente socializa, leva eles, inclui. Levamos eles na Ponte Estaiada, fazemos passeios. É interessante como as crianças em maior vulnerabilidade se encontram no skate”, finaliza Rita de Cássia.
Crédito: Divulgação
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