O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu hoje que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, "extrapolou" em suas falas na reunião ministerial de 22 de abril, tornadas públicas na última semana após decisão do ministro Celso de Mello, no STF, no âmbito do inquérito que apura suposta interferência presidencial na Polícia Federal.
"Weintraub jamais falaria aquilo num ambiente como o nosso agora ou numa reunião aberta, mas era reservada, eu sou uma pessoa que fala palavrões o tempo inteiro, ele extrapolou ali, mas é um negócio reservado, a Damares mostrou sua indignação ali com a prisão de pessoas na praia, em praça pública, falou que ia prender prefeitos e governadores, não quis dizer prender, era entrar com ação, teve o Salles que falou da porteira e da boiada, o que ele quer? Jamais se expressaria assim em publico, ele quer desregulamentar muita coisa", disse Bolsonaro na tradicional live de quinta-feira no Facebook.
O ministro da Educação disse que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF". Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que Weintraub seja ouvido pela Polícia Federal sobre as declarações.
"A manifestação do Ministro da Educação revela-se gravíssima, pois, não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito", afirmou Moraes na decisão.