A coordenadora do Centro Educacional Feminino (CEF), Adriana Cléia, esteve na tarde da segunda-feira (14), no Programa Fogo Cruzado, da Rádio Jornal Meio Norte, quando falou sobre as conquistas que o Centro vem conseguindo junto às adolescentes que cumprem pena, no local. A novidade, recente, foi a implantação do trabalho de acompanhamento familiar, que a equipe do CEF faz junto aos familiares das adolescentes, desde o momento em que a menor entra na Unidade e após seu desligamento, da Unidade, com atendimento e com ações sociais, quando se tratar de familiares carentes.
"Hoje a gente pode falar sobre as medidas socioeducativas de uma forma positiva, principalmente sobre os resultados que a gente vem encontrando, com o trabalho, que é o diferencial", ressaltou Adriana Cléia. Segundo ela, a última tentativa de fuga, ocorrida no CEF, por exemplo, foi em setembro de 2017. Sendo que hoje, as nossas adolescentes ficam em um sistema semiaberto, dentro da Unidade.
O CEF tem, hoje, quatro adolescentes internas, sendo que três delas cumprem medidas sentenciadas e a outra cumpre medida de semiliberdade. Apenas uma das garotas é do interior de Altos e as outras de Teresina.
"Atendemos às medidas provisórias, sentenciadas e à medida de semiliberdade. A medida temporária é de 45 dias. Hoje, eu parabenizo o nosso Juizado, a nossa Promotoria, porque pelo menos, no CEF, eu não tenho nenhuma adolescente que tenha extrapolado o prazo. Com menos de 45 dias é feita a audiência e já vem a determinação, se ela vai cumprir uma medida fora ou se ela continua dentro da Unidade", esclareceu.
Em relação à maneira como a sociedade percebe as adolescentes que cumprem pena no CEF, Adriana Cléia diz que a sociedade, de modo geral, ainda vê as menores de uma forma errada. "Talvez pela sociedade em si, já está um pouco cansada. Mas eu acho que a gente precisa dar uma oportunidade. Quando a gente chega em uma unidade prisional, a gente sente um clima pesado. E lá no CEF, isso não ocorre, lá é um clima harmonioso, diferente", enfatizou.
Ela conta que as reeducandas estudam, têm aulas normais em um turno e no outro elas realizam atividades diversas, como palestras e oficinas. "Estamos sempre procurando parceiros para ajudar e somar, com oficinas, por exemplo. Temos também o apoio da Igreja, que sempre leva algum curso ou algum tipo de atividade. E contamos também com uma equipe de Pedagogia, que procura fazer um bom trabalho com as adolescentes", pontua.
Adriana informa que logo que as adolescentes chegam ao Centro Educacional, elas tomam conhecimento dos direitos e deveres que elas precisam ter, para permanecerem no local. São meninas com idade entre 16 e 19 anos.