Nesta segunda-feira (18), as três principais companhias aéreas que operam no Brasil anunciaram um plano para tornar o transporte aéreo mais acessível, visando a oferta de passagens aéreas a preços mais econômicos. A iniciativa inclui a disponibilização de 25 milhões de bilhetes, com valores máximos variando entre R$ 699 e R$ 779, dependendo da companhia aérea escolhida. No entanto, os preços anunciados estão próximos da média já praticada.
Na semana anterior, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou que, em setembro, o preço médio das passagens aéreas em voos domésticos atingiu R$ 747,66, marcando um recorde na série histórica iniciada em 2010. Ao longo do ano, a tarifa média calculada pela agência reguladora é de R$ 644,5, um valor inferior ao limite estabelecido pelas duas principais companhias aéreas.
O plano foi apresentado pelos presidentes das companhias Azul, Gol e Latam, ao lado do ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho. A Azul anunciou que vai fornecer, em 2024, 10 milhões de assentos com preços de até R$ 799 por trecho. Os valores só serão praticados para passagens compradas com 14 dias de antecedência.
As medidas incluem a criação de uma nova tarifa flexível para consumidores que comprarem passagens em cima da hora, com possibilidade de marcação de assento e despacho de bagagem gratuita. Segundo o CEO da Azul, John Rogerson, as medidas foram definidas como um "gesto de confiança" das companhias aéreas após o ministro Sílvio Costa Filho pedir para elas baixarem os preços.
A Gol Linhas Aéreas vai disponibilizar 15 milhões de passagens por até R$ 699 em 2024. Sem detalhar os valores, o presidente da companhia aérea, Celso Ferrer, ainda disse que criará promoções para tíquetes comprados com antecedência de pelo menos 21 dias e outra para passagens compradas na semana do voo. O CEO da Latam, Jerome Cardier, não estipulou teto para as passagens aéreas, mas disse que a companhia se compromete com quatro ações para 2024.
As três companhias aéreas reforçaram que o aumento dos preços das passagens no Brasil tem sido causado pelos preços do querosene de aviação, os juros elevados no país e a alta judicialização. Segundo o ministro, cerca de 80% dos processos judiciais contra as companhias aéreas em todo o mundo ocorrem no Brasil. Para reduzir os preços, o ministro disse que o governo atua em três frentes. A primeira é em conversas com a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia para reduzir o valor do querosene da aviação.
(Com informações da FolhaPress - Cézar Feitoza)