Afegãos aguardam acolhimento no Aeroporto de Guarulhos em meio à crise

Segundo a Prefeitura de Guarulhos, 122 afegãos estão à espera de assistência e enfrentando casos de sarna.

Refugiados afegãos estão à espera de assistência no Aeroporto de Guarulhos | Paulo Pinto/Agência Brasil
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O Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, está abrigando 122 afegãos que estão à espera de assistência, enfrentando casos de sarna. Segundo a prefeitura de Guarulhos, foram identificados dois casos entre os refugiados.

A prefeitura informou que fornece atendimento emergencial com refeições, água, cobertores, vacinas e cuidados médicos. Embora existam 257 vagas disponíveis, tanto municipais quanto estaduais, todas estão ocupadas. 

“No aeroporto, a prefeitura de Guarulhos oferece aos refugiados café da manhã, almoço e jantar, além de entregar água e cobertores. As equipes do posto estão à disposição para atender quaisquer necessidades emergenciais que surjam, inclusive de saúde, com vacinas e atendimento médico”, diz o comunicado divulgado pela prefeitura.

O fluxo de refugiados do Afeganistão para Guarulhos começou em 2021 após a retirada das tropas dos EUA, resultando no retorno do Talibã ao poder, marcando um período de fundamentalismo religioso e mudanças drásticas na sociedade afegã.

O Talibã se tornou conhecido como grupo religioso fundamentalista na primeira metade da década de 1990. Foi organizado por rebeldes que haviam recebido apoio dos Estados Unidos e do Paquistão para combater a presença soviética no Afeganistão, que durou de 1979 a 1989, em meio à Guerra Fria. A chegada ao poder foi consolidada em 1996, com a tomada da capital, Cabul.

Uma vez no controle do governo, o Talibã promoveu execuções de adversários e aplicou sua interpretação da Sharia, a lei islâmica. Um violento sistema judicial foi implantado: pessoas acusadas de adultério podiam ser condenadas à morte e suspeitos de roubo sofriam punições físicas e até mesmo mutilações. O uso de barba se tornou obrigatório para os homens, e as mulheres não poderiam ser vistas publicamente desacompanhadas dos maridos. Além disso, precisavam vestir a burca, cobrindo todo o corpo. Televisão, música e cinema foram proibidos, e as meninas não podiam frequentar a escola.

A ocupação dos Estados Unidos foi uma reação aos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, arranha-céus situados em Nova York. Dois aviões atingiram os edifícios em 11 de setembro de 2001, levando-os ao chão e causando quase 3 mil mortes. Os EUA acusaram o Talibã de dar abrigo ao grupo terrorista Al Qaeda, que assumiu a autoria do atentado. Em outubro de 2001, tiveram início as operações militares no Afeganistão. Os radicais, entretanto, conseguiram retomar o controle do país em 2021, implantando novo governo fundamentalista.

Com informações da Agência Brasil

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