Uma postagem feita por um integrante do Estado Islâmico, denominado Maxime Hauchard (22 anos), em novembro do ano passado, está assustando os brasileiros e autoridades que, até então, acreditavam que o grupo terrorista estava longe de atacar o Brasil. A mensagem divulgada na rede social do terrorista diz o seguinte: "Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse País de merda", escreveu.
De acordo com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o perfil não é falso e realmente pertence a um dos terroristas que aparece em vídeos divulgados pelo Estado Islâmico decapitando pessoas.
Ainda de acordo com a Abin, que prestou esclarecimento ao jornal O Dia nesta quinta-feira (14/4), a ameaça ao Brasil foi feita uma semana depois do grupo ter atacado a França, no dia 13 de novembro de 2015, em um atentado que matou 129 pessoas e deixou dezenas de feridos.
Luiz Alberto Sallaberry, diretor de Contraterrorismo da Abin, disse que a agência está preocupada em monitorar todas as mensagens que sirvam de alerta para um possível atentado ao Brasil.
"Monitoramos e percebemos que o perfil realmente era do Maxime, um dos líderes do Estado Islâmico. A partir do momento da postagem houve uma maior intensidade nos discursos de agressividade dos autoproclamados seguidores do grupo terrorista no Brasil (...)Maxime é uma espécie de garoto-propaganda do Estado Islâmico. Saiu de um vilarejo no interior da França para a Síria, aos 18 anos, onde se integrou ao terrorismo. É o segundo na linha de comando de decapitadores e gosta de dizer que estar no grupo", disse.
De acordo com o diretor, pessoas que simpatizam com o grupo já foram detectadas no Brasil e são classificadas como "lobos solitários". Esses simpatizantes tornaram-se motivo de preocupação para as autoridades brasileiras e, também, para a população. "Posso dizer que são de origem salafista sunita, comunidade que está ligada ao Estado Islâmico. Não estou dizendo que vai acontecer um atentado. Estou dizendo que é a primeira vez que a probabilidade aumentou sobremaneira no nosso país", explicou Sallaberry.