As operações de busca das caixas-pretas do avião da Air France que caiu no Atlântico em maio com 228 pessoas a bordo serão retomadas em 2010, segundo informaram nesta quarta-feira, no Congresso, autoridades francesas responsáveis pela investigação sobre o acidente.
Paul-Louis Arslanian, membro do Escritório de Investigações e Análises francesa, disse diante da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados que ainda não há elementos suficientes para esclarecer as causa do acidente envolvendo o Airbus A330, que partiu do Rio de Janeiro rumo a Paris e caiu em alto-mar.
As autoridades brasileiras e francesas conseguiram recuperar 50 corpos e restos do aparelho, mas as caixas-pretas, que segundo Arslanian poderiam esclarecer as causas do acidente, não puderam ser localizadas, apesar da utilização nas buscas de um submarino nuclear francês que pode alcançar profundidades de até 5 mil m.
O especialista francês disse que, com a informação disponível, foi estabelecido que o avião registrou "velocidades divergentes" e caiu no oceano "com um forte aceleração", mas afirmou que isso "é pouco" para determinar o que aconteceu na noite de 31 de maio. Na audiência, participaram representantes da Airbus, que explicaram as medidas tomadas pela companhia para evitar que um desastre como esse se repita, entre as quais citaram a substituição de equipamentos de medição de velocidade, que foram considerados entre as possíveis causas do acidente.
A diretora da Air France no Brasil, Isabelle Birem, explicou que o processo de indenização aos parentes das vítimas se desenvolve em cooperação com o Ministério da Justiça do Brasil e que um total de R$ 45,4 mil já foi dado a cada família.