Manifestantes de toda a Alemanha marcharam em Berlim neste sábado (13) contra a xenofobia e a extrema direita em um dos maiores protestos do país nos últimos anos.
Os organizadores estimaram, segundo a agência Reuters mais de 150 mil pessoas na manifestação. De acordo com a Associated Press, o número chegou a 240 mil, também segundo relatos de organizadores.
A manifestação deste sábado seguiu protestos contra a imigração em várias cidades do leste e um aumento no apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) antes das eleições estaduais no domingo.
Um porta-voz da polícia se recusou a estimar o tamanho da multidão no protesto, que foi organizado por grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional.
Os manifestantes carregavam cartazes em que diziam "Construa pontes, não paredes", "Unidos contra o racismo" e "Somos indivisíveis - por uma sociedade aberta e livre". Alguns dançavam música pop em um dia quente de outono.
Repercussão política
Entre os apoiadores, está o ministro de Relações Exterioires Heiko Maas. Ele elogiou a manifestação ao jornal "Funke", e disse que os protestos são um "grande sinal" de que "a maioria do nosso país é a favor da tolerância e da abertura política".
O braço em Berlim da CDU, o partido conservador moderado de Angela Merkel, no entanto, tomou distância dos protestos. O oficial sênior da legenda, Stefan Evers, argumentou que há várias "organizações suspeitas" incluídas entre os manifestantes, segundo a agência Associated Press.
Ataques contra estrangeiros
Em agosto, grupos de extrema-direita na cidade de Chemnitz, no leste do país, entraram em confronto com a polícia e perseguiram pessoas que acreditavam ser estrangeiras após o esfaqueamento fatal de um alemão ter sido atribuído a dois migrantes.
Protestos semelhantes ocorreram em Dresden, Koethen e outras cidades do leste.
No entanto, o número de ataques violentos contra refugiados e contra abrigos na Alemanha caiu drasticamente no primeiro semestre deste ano.