Aluna de cabelo vermelho é proibida pela escola de assistir às aula

Direção alegou que norma da instituição não aceita cabelos colorido

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Uma jovem de 17 anos foi proibida de frequentar as aulas na Escola Estadual Professora Geralda Eugênia da Silva, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, por ter o cabelo vermelho.

Segundo Larissa Lorraine Borges, ela pintou os cabelos de vermelho no último final de semana e, quando chegou na escola na segunda-feira (22), foi barrada por uma funcionária. A alegação foi de que, de acordo com regras da instituição, "é proibido cabelos com cores extravagantes".

" Eu argumentava, argumentava e eles chegaram em um consenso: "Não adianta falar com você porque você não vai entender". Então, chegou ao ponto de eles tentarem negociar comigo da seguinte forma: "O dia que você pintar o cabelo, você reduz no batom". Eu acho que é um preconceito sim porque o cabelo vermelho não vai mudar nada no meu caráter, nem minha postura dentro da escola."

A mãe da adolescente, a cozinheira Edésia Natalícia de Jesus, também entendeu a proibição da escola como um ato de preconceito.

" Se fosse uma roupa que estivesse indecente, tudo bem. Mas, ela vai comportada para escola. Agora, só por causa do cabelo? Eu acho que é algum tipo de implicância com ela."

A estudante já utilizou diferentes cortes e cores de cabelo até porque ela tem um canal de vídeos na internet onde ensina as pessoas a fazerem penteados, maquiagem e também alguns cuidados com a beleza.

" Eu ensino todo mundo a ter liberdade de expressão. Eu tenho vários grupos no WhatsApp para ensinar as pessoas a se amarem do jeito que são e não ligar para o que os outros acham bacana."

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Minas, William Santos, as escolas podem ter regras disciplinares, mas essas normas não podem ferir o que prevê a Constituição brasileira.

" Mas, aí a gente vai ver até onde vai o limite da questão disciplinar e onde que há atropelo de direito individual, que é o que está acontecendo neste caso. Ou seja, está ferindo o direito das pessoas e, ao ferir o direito das pessoas, é contrário aquilo que está na norma maior, que é a Constituição Federal."

A direção da Escola Estadual Professora Geralda Eugênia da Silva, foi procurada mas ninguém comentou sobre a proibição. Já a Secretaria de Estado de Educação, informou por meio de nota que a direção da escola garantiu que "não existe essa regra e [que] nenhum aluno foi impedido de entrar na escola por causa da cor de seu cabelo". 

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