A Polícia Civil do Distrito Federal vai investigar as ofensas, algumas delas de caráter homofóbico, feitas contra alunos da Universidade de Brasília por um grupo que se dizia contrário à paralização da universidade e da política de cotas. O caso ocorreu no campus da UnB no Plano Piloto, durante uma manifestação da extrema-direita. Segundo o Metrópole, um pequeno grupo se concentrou no Instituto Central de Ciências (ICC), onde atacou estudantes com discursos de teor homofóbico e racista.
Os universitários ainda foram acusados de serem “vagabundos” e de “gastarem dinheiro público”. Bombas chegaram a ser estouradas no campus.
Um vídeo foi divulgado pela Mídia Ninja. Em determinado momento uma das manifestantes afirma a um aluno: "Eu sou empresária, pago imposto carissímo pra manter esse parasita. Gay, safado, parasita".
O prefeito do câmpus, professor Marco Aurélio de Oliveira, disse que recebeu relatos de que, durante o protesto, alunos que passavam perto dos manifestantes eram agredidos verbalmente, principalmente com frases racistas.
“Sabemos que a ação foi muita rápida. As informações ainda são muito desencontradas. Na segunda-feira (20/6), vamos intensificar a busca de depoimentos de alunos e funcionários que estavam de plantão”.
De acordo com o vídeo da Mídia Ninja e o site Metrópole, os manifestantes estavam com bandeiras do Brasil e entoavam cantos de apoio ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.
O movimento estudantil Reação Universitária emitiu uma nota de repúdio às agressões em seu Facebook. No texto, eles reprovam a manifestação e a caracterizam como “intolerável de abuso e truculência, que vem se somar ao recente histórico de agressões a que assistiu a universidade nos últimos dias”.