Ambientalistas realizam ato contra o processo de exploração de gás no PI

A partir das quatro da tarde de hoje, manifestantes vão se concentrar na Ponte Estaiada para protestar contra início da exploração de gás xisto no PI

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Diante dos riscos que a exploração do gás xisto pode trazer para a Bacia do Parnaíba e a população do Estado, ativistas participarão de manifestação hoje a partir das 16:30 horas na Ponte Estaiada.

O ato está sendo organizado pela Rede Ambiental do Piauí (Reapi) com apoio de várias outras entidades, como a Cáritas, CSP Conlutas, ANEL, dentre outros coletivos.

No local acontece panfletagem, e os manifestantes tentarão fazer caminhada educativa na Raul Lopes. Também ocorrerão intervenções do artista Willamis Martins.

Ambientalista e integrante da REAPI, Tânia Martins, ressalta que a tecnologia usada para explorar o gás é extremamente danosa e, além de trazer impactos ambientais, põe em risco a saúde da população, devido aos produtos químicos utilizados na exploração do gás. ?Nós não somos contra a exploração do gás em si, mas sim a tecnologia que existe hoje que causa grandes impactos?, afirma.

O método de extração que será usado na Bacia do Parnaíba é o fracking, fraturamento hidráulico, onde são utilizados mais de 600 produtos químicos para explodir as rochas.

A explosão é feita abaixo do aquífero e deixa um rastro de destruição no seio da terra irrecuperável, causando erosão no solo, terremoto, envenenamento da água de superfície e subterrânea, matança de animais, além de contaminar as pessoas e o ar.

Segundo Tânia, a liminar concedida pelo juiz Derivaldo Filho suspendeu o leilão, mas existe ainda a ameaça da liminar cair, sendo necessária uma posição definitiva. ?Por enquanto, tem só uma liminar que pode ser derrubada a qualquer momento. A gente quer que seja proibido definitivamente?, reitera.

Ela destaca que o semiárido piauiense pode sofrer bastante com a contaminação da água que ocorrerá se a exploração se dê pelo fracking. ?A maior preocupação nossa é essa exploração no semiárido, pois acreditamos que vai contaminar a água subterrânea, para quem já não tem água suficiente, será o fim não ter de jeito nenhum, pois a água fica contaminada com metais pesados, impossível de ser utilizada para o consumo?, esclarece a ambientalista.

Daniel Solon, professor e militante político, também está nesta luta e considera que o leilão das áreas da Bacia do Parnaíba representa, além de privatização de recursos naturais, riscos à vida humana.

Segundo ele, até nos Estados Unidos, onde o gás é explorado, existe um grande debate em torno dos impactos causados pela técnica. ?Existe hoje uma discussão internacional sobre a exploração do gás. Onde está mais avançado é nos EUA e lá existe forte resistência dos ambientalistas por causa da técnica utilizada?, explica.

Paralelo à manifestação, os ambientalistas também realizaram uma petição on-line no, solicitando à Presidente da República e da Petrobras, a suspensão da exploração do gás xisto.

Conforme texto da petição, o gás extraído do folhelho, o Gás do Xisto, vai trazer um rastro de destruição no Semiárido do Piauí irrecuperável, devido a contaminação da água.

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