Não há jeito, os ambulantes sempre procuram uma maneira de retornar ao centro de Teresina. A prática tem se tornado bastante comum e tem sido realizada sobretudo pelos vendedores de CD?s e DVD?s piratas, e de aparelhos celulares. Aos poucos, eles têm se reaproximado das vias e praças do centro e driblado até mesmo as constantes ações de fiscalização.
Embora no próprio Shopping da Cidade existam vários boxes de comercialização desses materiais, é a pouca oportunidade de retorno financeiro devido à localização de muitas dessas lojas que tem motivado essa reaproximação. Mais próximos ao público, conseguem vender em menos tempo o que passariam mais de um dia para venderem em seus pontos habituais.
O trabalho dos ambulantes é proibido nas vias e praças públicas do centro da capital, mas eles têm procurado até mesmo driblar a fiscalização para conseguirem vender seus produtos.
A tática, segundo os próprios fiscais, é aproveitar o horário de almoço e encerramento do expediente para atuarem.?Entre 13h e 15h eles aparecem vendendo. Aqui, dia de sábado, depois de uma hora da tarde, fica lotado deles.
Depois do horário do expediente dos fiscais eles fazem é colocar som na maior altura, ligam de energia clandestina?, conta um popular que preferiu não se identificar.
Em frente ao Museu e próximo ao INSS são os principais pontos onde eles costumam se concentrar. E é exatamente nesses pontos onde tem se intensificado a fiscalização.
Alguns desses ambulantes chegam a entrar em outros pontos mais centrais e se distribuem pelas praças, como a Praça Rio Branco e João Luis. Ao veem a fiscalização, rapidamente se dispersam, para não terem material apreendido.
De acordo com um popular que preferiu não se identificar com medo de represálias, o número de pessoas vendendo celulares também é tão exagerado que, pelas suas contas, chega a mais de 200.
?Se não houvesse fiscalização, pode ter certeza como todos voltariam para cá. Só de vendedores de celular na praça da Bandeira tem umas 200 que ficam no percurso da praça da Bandeira até a entrada do Shopping da Cidade. Droga, até arma se encontra lá?, revela.
Prefeitura reconhece problema recorrente
A ação dos ambulantes já é de conhecimento de todos os fiscais e a orientação é procurar conter essas ações. De acordo com o gerente de fiscalização da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona centro norte (SDU Centro Norte), Gilberto de Carvalho, quando são flagrados, o material é apreendido e levado à SDU para ser destruído.
?A gente não questiona o fato de ser pirata ou não. Isso não é nossa responsabilidade, mas sim o lugar de venda deles. As pessoas insistem em continuar, e é um trabalho de todos os dias.
É um grande problema pois na cabeça deles, eles acham que não é errado. Às vezes dá briga. Nós até trabalhamos acompanhados de segurança e com policiamento, porque em alguns casos eles reagem?, explica Gilberto de Carvalho.
Embora aconteça com pouca frequência em virtude da fiscalização, Gilberto Carvalho acredita que conter todos esses ambulantes é um trabalho difícil. ?A nossa orientação não é fazer enfrentamento, a orientação é que eles saiam.
Mas a indústria da pirataria é grande e não adianta a gente tapar o sol com a peneira porque é uma realidade. Se não houvesse comprador, não haveria vendedor, mas isso é uma questão cultural, de educação. O comprador compra CD pirata pelo preço e é isso que precisa mudar?, completa o gerente de fiscalização.