AMHOR: voluntária e mãe relata o suporte que recebe da instituição

Esta matéria faz parte de uma iniciativa do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC) em parceria com instituições sociais para apoiar a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Rafaela | Raissa Morais
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"Na minha primeira gravidez, o pai rejeitou a criança. Quando ele soube que ela seria uma pessoa com deficiência, a rejeição foi ainda maior". Esse relato é de Rafaela Garcia, teresinense mãe de três filhos.

Há 15 anos a vida de Rafaela mudou completamente. Descobrir uma gravidez aos quatro meses de gestação, ser abandonada pelo companheiro após decidir manter a criança no ventre e lidar com o forte impacto do diagnóstico de mielomeningocele e hidrocefalia logo após o parto. Assim começou a maternidade para Rafaela.

Rafaela Gracia, voluntária da AMHOR e mães de Maria Alice (Foto: Raissa Morais)"Era meu sonho ter uma filha. Logo que a Alice nasceu, médicos me falaram que ela precisaria de uma cirurgia de correção da coluna. Quando ela tinha três meses, colocaram uma válvula na cabeça dela por conta da hidrocefalia. Alice passou a fazer fisioterapia, fonoaudiologia e todas as terapias necessárias", relata.

Como toda mãe, Rafaela também imaginava a filha correndo pela casa, pulando e brincando com os amigos. Sem dificuldades de mobilidade, anos de tratamento de saúde ou sob cuidados intensivos. Mas com o passar do tempo, percebeu que a sua primeira filha precisaria de um olhar ainda mais especial e auxílio em algumas atividades.

"Até os dois anos, estava tudo bem, ela começou a falar e interagir. Eu perdi um pouco as forças quando ela completou 3 anos. Na época, solicitaram a cadeira de rodas para minha filha", disse.

Mesmo com todos os desafios, incluindo as dificuldades financeiras, Rafaela conseguiu manter um equilíbrio emocional através do apoio familiar. Como mãe, ela passou a enfrentar os obstáculos para entender o quadro clínico da filha e ir em busca do acompanhamento médico regular adequado. Dedicar muito tempo de sua vida para prestar o melhor cuidado possível a Maria Alice, para ela, sempre foi o mínimo.

"Deus me enviou pessoas que sempre me orientaram, apoiaram com psicólogo até para minha mãe, neurologista e outros profissionais. Eles mostraram que a minha filha poderia trabalhar, ter uma vida independente. Hoje, aos 15 anos, ela é uma pessoa independente. Estuda no nono ano. Ainda depende de mim pelo fato de ser cadeirante, mas as coisas dela, ela consegue resolver direitinho", comenta.

Maria Alice, o primeiro amor de Rafaela Gracia (Foto: Whatsapp)A rede de apoio citada por Rafaela, em sua maioria, surgiu através da Associação de Portadores de Mielomeningocele, Hidrocefalia e Transtornos Neurológicos (AMHOR), localizada na Avenida Centenário, zona Norte de Teresina. Há 14 anos, a instituição que atende mais de 60 famílias, é a segunda casa da mãe de Maria Alice.

Com carinho, ainda hoje Rafaela lembra como foi o primeiro encontro com Estella Mota, diretora da instituição. "Ganhei um panfleto da associação e peguei o primeiro ônibus após uma sessão de fisioterapia da Maria Alice, ainda bebê. Cheguei na casa [AMHOR], conheci a Estella e encontrei forças para superar tudo isso. Ela me recebeu de braços abertos", expressa.

Ganhar apoio trouxe forças para que Rafaela continuasse atuando por algo ainda maior. Com essa meta, e com o objetivo de causar impacto positivo na vida de outras mães de crianças com deficiência, hoje Rafaela desenvolve o trabalho de voluntária para contribuir com a criação e o bem-estar dos que mais precisam.

Organizar e distribuir cestas básicas, leite, sondas uretrais descartáveis, apoio e conselhos às mães de crianças com deficiência é mais uma missão.

"Aqui é refúgio. Recebemos o colo que estamos precisando, não sei descrever o que a AMHOR significa. Mas eu queria deixar uma mensagem: independente de ser seu primeiro ou segundo filho, nunca desistam dele ou dela. É um amor insubstituível. Se o seu parceiro não quer, aceite o amor incondicional, sem limites e não abandone ou maltrate sua criança. Busque ajuda, mas não desista de um filho por conta de uma deficiência", expressa.

PIX SOLIDÁRIO

Para fazer doação à instituição, é possível fazer um PIX por meio do número de celular 86999812218.

Apoio

Esta matéria faz parte de uma iniciativa do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC) em parceria com instituições sociais para apoiar a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica, entre outros grupos que foram impactados pela pandemia da Covid-19. A ação compartilha histórias com objetivo de transformar vidas e arrecadar recursos financeiros para compra de alimentos e demais materiais solicitados pelas entidades participantes.

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