Animais lotam o velório de Claudio Cavalcanti no Rio de Janeiro, ator que defendia os bichos

Fãs e amigos levaram cachorros e até um galo para homenagear o artista.

Bichos foram levados pela Suipa para o velório de Claudio Cavalcante | G1
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O corpo do ator e secretário municipal de Defesa dos Animais, Claudio Cavalvanti, foi velado na manhã desta terça-feira (1°) no Cemitério Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio. Antes da cerimônia de cremação do corpo do artista, que morreu de complicações cardíacas na tarde de domingo (29), amigos participaram de uma cerimônia em homenagem ao ator. O corpo de Claudio Cavalcanti foi cremado às 13h, segundo o crematório do Memorial do Carmo.

"Estou me sentindo honrada de estar aqui. A maior e mais bonita referência que tenho dele é a ausência de vaidade", afirmou Cássia Kiss, durante a homenagem foi exibido um vídeo com os bastidores do ultimo trabalho dele, a segunda temporada de "Sessão de Terapia", do canal GNT, com estreia prevista no dia 7.

Conhecido defensor dos animais, Claudio foi homenageado por fãs e amigos, que levaram cachorros e até um galo à cerimônia. "Vocês podem ter certeza que é a melhor homenagem que o Claudio poderia ter. Ele está aqui dentro, rindo", disse a viúva Maria Lúcia Frota, que também atua em causas de defesa e proteção dos animais.

Segundo a assessoria da Prefeitura do Rio, que decretou luto oficial de três dias no município, Claudio foi internado para fazer uma cirurgia na coluna cervical e teve complicações cardíacas. De acordo com o hospital, a morte foi constatada às 17h45. Ele estava internado no Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul, desde o dia 17 deste mês.

A fã Maria de Lourdes Pereira da Silva, de 71 anos, fez questão de levar o seu galo de estimação para homenagear o ator. "Há seis anos tirei uma foto do Paquito Fred [o galo] com o Claudio. Sempre acompanhei o trabalho dele. Não esqueço dele na novela "Irmãos Coragem". Minha filhinha cantava a música da novela. Estamos aqui hoje para fazer uma homenagem a ele. O Claudio era um grande homem", afirmou Maria de Lourdes.

O prefeito Eduardo Paes foi um dos primeiros a chegar à cerimônia. "Ele dedicou sua vida à cidade. Era uma grande figura, um grande ator, um ser humano especial. A gente da prefeitura perde um super-auxiliar, um supersecretário. O Claudio, sem abandonar a sua dimensão artista, conseguiu caminhar para a vida pública, ser vereador, ser deputado e brigar pelas coisas. É uma perda grande para a cidade, para o Brasil, mas o Claudio vai estar olhando pela gente", afirmou Paes.

Mais cedo, a atriz Cássia Kiss também falou do amigo. "A gente está falando de um homem elegante, um dos mais elegantes da TV, senão for o mais. Um ator simples, com a qualidade mais nobre de uma pessoas. Ele nao tinha vaidades. Era casado há 35 anos com a mulher com quem teve uma história de amor inimaginável", disse.

Isabel Cristina Nascimento, presidente da Suipa, contou que o ator ajudava muito os animais e lamentou a sua partida. "Ele fez uma lei muito boa para a cidade do Rio de Janeiro, que foram os centros cirúrgicos onde os veterinários fazem castração gratuita. Infelizmente ele saiu de cena muito cedo. O Claudio atualmente estava lutando para acabar com a escravidão dos cavalos de Paquetá. As pessoas não imaginam o sofrimento que é um freio daquele na boca de um animal", afirmou Isabel, que levou cinco cachorros da Suipa para o velório.

Importância no cenário artístico

Claudio Cavalcanti era considerado um nome importante no cenário artístico brasileiro. Já trabalhou como ator, diretor de TV, produtor teatral, escritor, tradutor, cantor, dublador, radialista e, atualmente, atuava no cenário político como secretário municipal de Defesa dos Animais do Rio.

Ao longo da carreira, Claudio participou de mais de 50 novelas, minisséries e especiais, além de 22 longas-metragens e dezenas de peças teatrais. Ele também foi vereador do Rio de Janeiro durante dois mandatos. Um dos seus personagens mais conhecidos foi Jerônimo, um dos protagonistas da primeira versão da novela Irmãos Coragem, da TV Globo.

Carioca, nascido em 24 de fevereiro de 1940, filho de um professor e contador e de uma dona de casa, Claudio Cavalcanti fez teatro amador na escola, em 1956, quando foi convidado por um amigo para participar de um teste no TBC - Teatro Brasileiro de Comédia -, que iria montar a peça Nossa Vida com Papai e precisava de um ator jovem, na faixa dos 16 anos.

Foi nessa época que conheceu e conviveu com jovens atores, que anos depois seriam admirados nacionalmente, como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Nathalia Timberg. Na mesma época, começou sua carreira também na televisão, ao ser convidado para atuar no programa João e Maria, na TV Tupi.

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