160 anos de Teresina: Coletivo Sociedade dos Poetas refazem capital através da arte

Criado há seis anos, o coletivo Sociedade dos Poetas por Vir está realizando, através da arte, interevenções em toda a capital.

Jovens poetas refazem Teresina através da arte. | Reprodução Jornal MN
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Anunciando o porvir, a juventude teresinense redescobre no concreto, com seu próprio olhar, o que de mais esquecido a cidade planejada tem, sobretudo do que ela guarda de potencialidades para mudanças.

Estamos falando dos versos e artes várias do Coletivo ?Sociedade dos Poetas Por vir?, que há seis anos tem ocupado os espaços de Teresina de forma insurgente.

Trata-se de um coletivo de jovens atrevidos, ou melhor, abusados, que com suas artes ocupam as praças, os ônibus, as ruas e, como não falar do coreto da Praça Pedro II, lugar que tem sido palco privilegiado de suas intervenções?

Lá já realizaram sete saraus de poesia, de forma livre e independente agrupando bandas locais. Eles são poetas, artistas plásticos, músicos, atores e atrizes que descobrem uma Teresina, sobretudo a reconstroem.

?Nós redescobrimos Teresina através de seus não-lugares, lugares que antes eram de sociabilidade e hoje, pela modernidade, são meros lugares de passagem. Por exemplo, as praças, que na nossa opinião, devem ser lugares de expressão e movimentação.

Quebramos a passagem e a rotina, quando do nosso grito estridente declamamos alto uma poesia e grudamos nas paredes das ruas ou postes no ?Gruda Poesia?, nome de uma atividade que realizamos?, Diz André Oliveira, Vulgo Café, porta-voz não-oficial do grupo.

Além do ?Gruda Poesia?, o grupo faz outras intervenções, como o ?Poesia Abusada?, que procura dialogar com a população dentro de ônibus fazendo refletir sobre algum tema, como a qualidade dos transportes. Isso de forma poética. O coletivo também tem feito intervenções em escolas públicas para turmas de todas as idades.

O coletivo nasceu de forma despretensiosa e concidentemente aniversaria em agosto, como Teresina, também aniversário de um de seus idealizadores, Victor Marchel, que já não está em corpo, mas em poesia.

Na difícil tarefa de harmonizar a poesia e o pragmatismo sem cor, consideram-se arte-ativistas ensaiando a utopia de um mundo melhor. ?Também temos um grito de contestação que se movimenta nas lutas dos problemas de nossa sociedade?, diz Café.

O sócio poeta finaliza dizendo aos que não conhecem Teresina por completo, ?de forma inconsciente, elencamos o que são lugares e não-lugares, até dizemos que Teresina é pequena.

No entanto, nas andanças descobrimos cantos e recantos, até os mais distantes e esquecidos desta cidade, sobretudo interferimos em sua construção e história?, conclui.

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