A Anvisa proibiu, nesta quinta (3), a comercialização de suplementos alimentares contendo ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata). O motivo é que a planta não está autorizada como constituinte para esse tipo de produto, pois ainda não passou pelos critérios de segurança e eficácia exigidos pela agência. 🚫
In natura
A decisão, no entanto, não afeta o consumo da planta in natura, que segue liberado. Com forte presença na culinária mineira e goiana, a ora-pro-nóbis é amplamente utilizada em receitas tradicionais, como sopas, refogados e saladas.
Requisitos de aprovação
🌿Para que um ingrediente seja aprovado em suplementos, ele precisa passar por estudos científicos que comprovem sua segurança e seu valor nutricional. Essa avaliação deve ser conduzida pelas empresas interessadas em comercializar o produto, seguindo as normas da Anvisa.
Alimentação de pessoas saudáveis
A agência reforça que suplementos alimentares não são medicamentos e não podem alegar efeitos terapêuticos, como tratamento ou prevenção de doenças. Seu uso é destinado a complementar a alimentação de pessoas saudáveis, fornecendo nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos.
Propriedades
A ora-pro-nóbis é conhecida como uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) e possui um perfil nutricional interessante. Rica em proteínas, fibras, ferro, cálcio e vitaminas A e B3, a planta é frequentemente associada a benefícios como fortalecimento do sistema imunológico, melhora da digestão e prevenção da anemia.
Riscos
Especialistas alertam que seu uso em suplementos pode apresentar riscos. A nutricionista Adriana Molina ressalta que a planta contém oxalatos, substâncias que, em excesso, podem favorecer a formação de cálculos renais. Segundo ela, "o consumo in natura é mais seguro, enquanto a suplementação exige estudos aprofundados".
Mais pesquisas
A médica nutróloga Eline de Almeida Soriano, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), concorda e destaca a necessidade de mais pesquisas. "A ora-pro-nóbis tem um alto teor proteico e propriedades nutricionais promissoras, mas ainda não há dados suficientes para garantir sua segurança na forma de suplemento", afirma. (Com informações do G1)