Dois de setembro de 1919. Essa é data que Maria Gomes Rodrigues nasceu. Ela completou, na última segunda-feira (2), 100 anos de vida. A piauiense nasceu no interior de Piracuruca, em uma comunidade chamada Alvo Verde, localizada nas proximidades do município.
Aos 23 anos, Maria Rodrigues teve que casar contra a própria vontade, como a maioria das mulheres jovens da época. No entanto, ela comenta que acabou, por fim, a gostar do marido. Mesmo com um histórico de turbulências na vida financeira, a família, unida, conseguiu superar.
De início, revela o segredo de tanta energia e vontade de viver. "Durante todo esse tempo eu tive muita paciência com os filhos, com as outras pessoas e com os problemas de casa", conta.
"Agradeço" é uma das palavras mais utilizadas por Maria Rodrigues. Ela trabalhou no campo para ajudar os pais, e adiante, para conseguir o que tanto almejava, levar educação para os filhos.
De olhos atentos e mãos firmes ao completar seus 100 anos, Maria está sempre rodeada da família. Ela teve 10 filhos, sendo 6 presentes em vida. Dos filhos, 22 netos, 18 bisnetos e um trineto. Fragmentos de sua história estão registrados em quadros e inúmeros retratos espalhados por toda a casa.
Sempre vaidosa, ela apresenta a paixão no colo e nos dedos. Brincos, anéis e pulseiras são essenciais na rotina da mãe, avó e amiga que recebe um fluxo contínuo de pessoas pela casa.
"Quando chega o meio-dia, minha casa parece até casa de passarinho, cheia de netos e bisnetos”. Odete Rodrigues, filha de Maria, é enfermeira e dedica parte de seu tempo para cuidar da mãe. "Ela teve alguns problemas de saúde, mas passou por todos e não ficou com nenhuma sequela. Ela é forte", disse.
Na última segunda-feira (2), os filhos prepararam uma grande festa para comemorar o centenário de Maria Rodrigues. A festa, que emocionou convidados, carregava a essência de uma vida longa e os benefícios da compreensão, do carinho e da amizade. “Por isso eu vivo bem e sou apreciada pelas companhias das pessoas", disse.