Dona Maria Benedita Pereira da Silva foi obrigada a se deslocar de sua casa, no bairro Santa Luzia, em Aparecida, no interior de São Paulo, a uma agência do Poupatempo em Pindamonhangaba para renovar sua cédula de identidade. Aos 115 anos, ela precisou comprovar ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) que está viva para continuar recebendo a aposentadoria.
Nascida no dia 9 de agosto de 1900, dona Dita, como é mais conhecida, é considerada uma das mulheres mais idosas do Brasil. Ela goza de boa saúde.
Como o ano do seu nascimento é o último do século 19, ela está no terceiro século de vida e acompanhou duas viradas do milênio, duas guerras mundiais e oito trocas de moedas brasileiras. Apesar de ter nascido bem depois da abolição dos escravos, dona Benedita chegou a ser vendida pelo antigo patrão, segundo a nora Lucimara Conceição Bento, de 45 anos, que a acompanhou na troca do documento. "O RG dela estava muito velho, era de quando ela se aposentou, aos 60 anos", disse.
O caso de dona Dita não é único. As estatísticas de atendimento do Poupatempo mostram que 117 pessoas com mais de 100 anos tiraram a segunda via da carteira de identidade entre janeiro e julho este ano.