Em janeiro de 2021, tinha-se a expectativa de que o Piauí produzisse um total de 5,4 milhões de toneladas de grãos até o final do ano. Contudo, em razão de problemas climáticos verificados no estado, os prognósticos de produção realizados no mês de novembro apontam para um total de 5,05 milhões de toneladas, uma redução de 7,08%. Apesar da queda na previsão, a produção deste ano ainda será um novo recorde para o estado, superando em 3% a produção obtida em 2020, que foi de 4,9 milhões de toneladas. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
O servidor Flávio Cipriano, da Supervisão de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, esclarece que “em 2021, tivemos, no Piauí, uma pluviometria dentro da normalidade, com um bom volume de chuvas. No entanto, mal distribuídas no tempo – encerrando-se antes do período ideal para algumas culturas – e no espaço – com a região semiárida tendo algumas áreas passando por estiagens. Isto ocasionou perdas às culturas de sequeiro (dependentes de chuvas) mais tardias, as que dependiam de chuvas no mês de maio para completarem seus ciclos de desenvolvimento”.
A expectativa inicial de produção de milho para 2021 era de 2,36 milhões de toneladas de grãos, contudo deverá fechar o ano em cerca de 2,14 milhões de toneladas, uma queda de 9,33%. Comparando-se com a produção obtida no ano anterior, que havia sido de 2,19 milhões de toneladas, a queda será de 2,49%. Segundo Cipriano, “o milho apresentou alguma perda devido à precocidade do fim do período chuvoso, especialmente o milho safrinha (2ª safra), plantado após a colheita da soja.”
O prognóstico inicial para a produção de feijão em 2021 era de 101,6 mil toneladas de grãos e deverá consolidar-se em 53,2 mil toneladas, uma queda de cerca de 47,59%. Comparando com a produção do ano anterior, que havia sido de 83,2 mil toneladas, a queda será de 35,97%. Já o prognóstico inicial para a produção de arroz era de 107,4 mil toneladas de grãos, contudo deverá encerrar o ano com 97,2 mil toneladas, uma queda de 9,54%. Comparado com a produção do ano anterior, que foi de 103,7 mil toneladas, a queda será de 6,33%. Acerca da queda nessas produções, Cipriano esclarece que “o feijão, o arroz e o milho plantado fora da região dos cerrados (sudoeste piauiense), na região semiárida e norte piauiense, em sua maior parte pela agricultura familiar, sofreram perdas de produtividade decorrente também do fim do período chuvoso antecipado, pois são plantadas mais tardiamente, e dependeriam de uma maior pluviosidade nos meses de maio e junho.”
O prognóstico da produção de soja no início do ano era de 2,83 milhões de toneladas de grãos, contudo deverá consolidar-se com cerca de 2,71 milhões de toneladas, queda de 4,10%. Comparado com a produção do ano anterior, que foi de 2,44 milhões de toneladas, haverá um aumento de cerca de 10,88%. Acerca do fato da produção de soja não ter sido afetada pelas condições climáticas como os demais produtos, Cipriano esclarece que “a produção de soja, por ser plantada mais cedo, não apresentou perdas de produtividade, na média. Com alguns municípios um pouco abaixo e outros bem acima do previsto inicialmente”.
A produção de algodão herbáceo será de 26,9 mil toneladas, com aumento de 2,13% acima do inicialmente previsto para 2021 e queda de cerca de 30% comparado com a safra de 2020. Já a produção de fava em grão será de 680 toneladas, queda de 36,74% em relação à previsão inicial para 2021, e queda de 25,27% em relação à produção obtida na safra do ano anterior. A produção de sorgo em grão será de 21,2 mil toneladas, cerca de 93,78% de aumento em relação à previsão inicial para 2021, e queda de 43,81% em relação à produção obtida no ano anterior.
As informações do LSPA são obtidas por meio de reuniões, que ocorrem periodicamente em todos os 224 municípios piauienses. Os dados coletados são homologados por entidades das áreas pública e privada – instituições financeiras, órgãos de pesquisas, extensão rural, secretarias de agricultura, sindicatos de trabalhadores rurais, cooperativas, associações, produtores. Todas as informações são fundamentadas com subsídios, como pesquisas de campo realizadas com consulta aos maiores produtores.