O acampamento em frente à Justiça Federal, em Curitiba, em apoio à Operação Lava Jato, começou a ser desmontado na tarde desta segunda-feira (8). A Justiça estadual concedeu uma liminar em favor da Prefeitura de Curitiba proibindo acampamentos em ruas e praças da cidade por conta do depoimento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorrerá às 14h de quarta-feira (10).Desde junho de 2014, um grupo de apoio à investigação se instalou na Praça Pedro Alexandre Brotto. No local, há placas e faixas com referência à operação.
Em fevereiro deste ano, uma ação da Secretaria de Urbanismo de Curitiba quebrou e recolheu parte do material, sob o argumento de desconformidade com o "código de postura da cidade". Depois, houve uma retratação, e o acampamento permaneceu no local.Conforme a decisão judicial, a proibição vale entre as 23h desta segunda e as 23h de quarta-feira. No caso de montagem de estruturas e de acampamentos nas ruas e praças da capital paranaense, haverá multa diária de R$ 50 mil.
Narli Rezende, uma das responsáveis pelo acampamento e coordenadoras do movimento Curitiba Contra a Corrupção, afirmou que após o período do interdito proibitório, a intenção é reerguer a estrutura.
Pedido do Moro
No sábado (6), o juiz Sérgio Moro publicou um vídeo pedindo para os apoiadores da Lava Jato não irem a Curitiba no dia do interrogatório do ex-presidente. "Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio, ou pessoas mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio. Eu diria o seguinte: esse apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário”, disse o juiz.
Narli afirmou que respeita o pedido de Moro, mas que a manifestação está mantida. Segundo ela, grupos devem sair de estados como São Paulo, Minas Gerias, Rio Grande do Norte para participar do ato.O movimento Curitiba Contra a Corrupção afirmou ainda que vai seguir a orientação da Secretaria de Segurança do Estado e vai se manifestar no local indicado pelas autoridades, sem passeata até a Justiça Federal.