O marido da modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, que morreu ao fazer uma cirurgia para colocar silicone nos seios, em Goiânia, disse que, apesar de achar a mulher muito bonita, queria vê-la feliz. ?Aquela menina era linda demais, mas ela não gostava dos seios e queria colocar silicone. Então, eu apoiei o sonho dela?, afirmou Giuliano Cabral, em entrevista, na tarde desta segunda-feira (3). Ele vivia com a jovem há sete anos.
Natural de Jataí, no sudoeste de Goiás, Louanna Adrielle foi eleita Miss Jataí Turismo em maio deste ano. A cirurgia para implante de silicone foi feita no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia, no sábado (1º), mas a modelo sofreu duas paradas cardíacas enquanto realizava o procedimento e morreu.
O problema maior, segundo Giuliano, é que o médico que operou a jovem não teria esclarecido que a UTI não ficava no hospital: ?Na verdade, ele falou que a gente tinha duas opções. Ele operava aqui em Jataí ou em Goiânia. Preferimos Goiânia justamente por causa da UTI, mas ele não explicou que a unidade não tinha UTI. Pelo contrário, ele nos disse que estava tudo tranquilo?.
De acordo com o marido, o médico falou com a jovem momentos antes da modelo entrar na sala de cirurgia. ?Eu perguntei como ela estava. Ela me disse que estava super ansiosa: ?Estou louquinha", era como ela costumava falar?, lamenta Giuliano Cabral.
Na manhã desta segunda-feira (3), a reportagem falou com o cunhado da vítima, Leandro Cabral. Segundo ele, a modelo já tinha feito o procedimento na mama direita, mas sofreu uma parada cardíaca ao receber a prótese na mama esquerda. Sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital, a jovem teve de ser encaminhada para outra unidade, mas não resistiu.
O cunhado afirma também que, antes de fazer a cirurgia, os exames mostraram que a jovem era portadora de uma arritmia cardíaca, mas, segundo ele, o médico não informou os problemas que isso que poderia causar: ?Nós descobrimos depois?. Além disso, o laudo sobre a causa da morte de Louanna também revoltou a família. O documento diz que a jovem era usuária de entorpecentes e, por esse motivo, teria sofrido as paradas cardíacas. A família contesta a versão e disse que solicitou uma autópsia detalhada ao Instituto Médico Legal (IML). ?Ela não bebia nem cerveja, somente água mineral?, afirma Leandro.
A modelo foi enterrada na noite de domingo (2), no Cemitério São Miguel, em Jataí. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial (DP) de Goiânia, mas será o 13º DP que dará prosseguimento às investigações. A titular da unidade, Mirian Aparecida Borges de Oliveira, informou nesta tarde que já instaurou inquérito para apurar as causas da morte da modelo. Ela ainda não tem previsão de quando as oitivas começarão.