Em quase 2 anos de pandemia da Covid-19, São Luís do Piauí foi o município que mais resistiu e somente no dia 13 de janeiro de 2022 registrou o primeiro óbito de um senhor de 75 anos, que foi internado em dezembro de 2021, e chegou ao hospital com 75% do pulmão comprometido. Até esta data, a cidade estava no seleto grupo de 30 municípios do Brasil sem nenhum óbito.
Segundo a secretária municipal de Saúde em entrevista ao programa Notícia da Boa, da Rádio TV Jornal, Márcia Rabelo, foram 19 meses sem registrar mortes por covid e durante todo este tempo, foram sete internações.
“Quanto mais ia ficando sem óbito, mas aumentava nossa preocupação e responsabilidade. Não acredito que estávamos fazendo algo a mais que as outras cidades e sabíamos que em alguma hora a cidade ia computar esse óbito”, disse, enfatizando que durante o tempo em que o senhor de 75 anos ficou internado, cada dia de resistência era comemorado.
Medidas restritivas
Segundo a secretária, resistir sem mortes por 19 meses é resultado de obediência aos decretos com medidas restritivas até setembro do ano passado. “A cidade é pequena, tem apenas uma loteria, não tem banco, não temos ponto de aglomeração constante”, explica, enfatizando que a cidade confirmou 220 casos, 7 internações ao longo da pandemia e a flexibilização das medidas restritivas ocorreu somente quando boa parte da população já estava vacinada com a segunda dose. “Em setembro iniciamos a vacinação em adolescentes e então seria possível a flexibilização”, diz.
A secretaria informa que durante 19 meses, a média era de 10 casos confirmados por mês. Mas nestes primeiros dias do ano, em duas semanas, a média triplicou e chegou a 29 casos em janeiro.
“A vacinação está bem avançada e a equipe de saúde vai continuar trabalhando, alertando a população para os cuidados que devem ser observados.
A secretária disse que o município está se preparando para vacinar crianças de 5 a 11 anos e acredita que será difícil pelas dúvidas apresentadas pelos pais, pois muitos encaram a vacinação como experimental. “Quem mais nos procuram são pais de crianças com comorbidades”, disse.