Durante assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (SINDSERM), realizada na manhã desta quarta-feira (25), no Teatro da Arena, situado na Praça da Bandeira, Centro da capital, o coordenador geral do sindicato disse que os servidores que apoiam o movimento grevista estão sofrendo ataques por tentar negociar o reajuste salarial de educadores.
As atividades da rede municipal de Teresina estão paralisadas há 108 dias. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semec), 20 das 320 escolas permanecem com professores em greve.
Os professores cobram o reajuste de 33,24% linear, frente aos 16% encaminhados pelo prefeito Dr. Pessoa e aprovado por ampla maioria na Câmara Municipal em fevereiro. Desde então, o movimento grevista reagiu ao resultado com manifestações em vários pontos da capital.
Devido aos mais de três meses de paralisação, o Ministério Público do Piauí (MPPI) recomendou, no dia 17 de maio, que a Prefeitura de Teresina cumprisse todas as medidas necessárias para que o pagamento do reajuste de 33,23%, no prazo de cinco dias úteis. Entretanto, a Prefeitura de Teresina e a Secretaria Municipal de Educação não seguiram a recomendação até o momento.
“Estamos tentando negociar com o prefeito Doutor Pessoa, mas ele se recusa, mandou apenas uma proposta ilegal aprovada pelos vereadores. Estamos, até agora, sofrendo ataques. Até amanhã o promotor nos apresenta uma decisão. Nós não podemos ir à sala de aula para ensinar aos nossos alunos que eles têm que aceitar que desobedeçam as leis, estamos confrontando a ilegalidade”, informou.
Conforme Sineas Soares, caso o acordo não seja cumprido, o Secretário Municipal de Educação Nouga Cardoso está passível de uma ação e improbidade administrativa, bloqueio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) do município e uma ação penal contra o prefeito e secretário Nouga.
Os profissionais da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI) também compareceram ao movimento. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí (Senatepi), Erick Ricelly, questiona a exclusão dos enfermeiros do reajuste de 10,5% concedido pela Prefeitura de Teresina aos servidores municipais. A categoria também anuncia uma possível greve para a próxima semana. "Vamos nos reunir na segunda-feira para tentar dialogar com o prefeito Doutor Pessoa. Niguém quer fazer greve, mas é a única força que o trabalhador tem", falou.