Familiares da estudante de terapia ocupacional Juliana Santos estão desesperados em busca de informações sobre o paradeiro da jovem de 18 anos, que estava na boate onde ocorreu um incêndio que já teve ao menos 180 mortos, na madrugada deste domingo, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Logo pela manhã, familiares tem se deslocado de cidades próximas em busca de informações sobre desaparecidos.
A estudante vive há dois anos na cidade de Santa Maria, e teria sido vista por colegas na boate antes do incêndio. "Temos certeza de que ela foi para lá, outras amigas estavam na boate e viram ela. Está todo mundo desesperado procurando por notícia, tenho conhecidos que estavam lá, mas que conseguiram sair a tempo", diz a prima Letícia da Rosa Santos.
Ao saberem da tragédia e sem conseguirem contato com Juliana, os pais da jovem saíram de casa, logo no início da manhã em busca de informações sobre o paradeiro da jovem "Hoje, por volta das 6h30, minha tia me ligou dizendo que estava vindo da cidade de Tupanciretã para cá", relata a prima.
A família tem usado ainda o Facebook em busca de informações sobre o paradeiro da jovem.
Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou ao menos 245 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo começou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile para viajar a Santa Maria.