O pequeno Renato Reis cresceu em meio à sede, cactos e brincadeiras de bola de gude. O franzino piauiense criou uma paixão especial por bicicletas entremeio a arbustos retorcidos pela severa estiagem que a cidade de São Raimundo Nonato, se acostumou a conviver. A corrida paralela pela sobrevivência fez da famosa frase dita por sua mãe Amália Reis na infância um lema para o resto da vida: “Corre, Renato”. A paixão pelas magrelas o fez mudar o roteiro.
Renato Campinho hoje tem 45 anos e muita história para contar. Ele já percorreu todos os estado do Brasil de bicicleta, além de outros 66 países. Seu próximo desafio é ir ao Alasca e depois à Rússia.
Tudo começou em 2005, em São Paulo, quando ele perdeu o emprego e sem ter dinheiro para se manter, resolveu ir para o Piauí a pé, percorrendo mais de 3 mil km.
No Acre há três meses e com a bicicleta preparada, Renato conta que já trabalhou de apicultor, cortador de cana e pedreiro.
Ele diz que um dos lugares mais fantásticos que conheceu foi a Cordilheira dos Andes e na Europa gostou de Portugal, pela receptividade.
O apelido de “Forrest Gump brasileiro” nasceu após ele percorrer a pé 3.600km entre as cidades de Campinas, no interior de São Paulo, até São Raimundo Nonato, sua cidade natal no Piauí. Andarilho assumido, Renato já levou sua magrela por Peru, Equador, Argentina, Espanha, México, Egito.
Com a rapadura na bagagem, o piauiense tem nas contas mais de 300 mil quilômetros percorridos segundo suas contas. A distância seria suficiente para dar 23 voltas em torno da Terra.