Sabrina Sgarbi, 25 anos, venceu a obesidade mórbida eliminando 80 Kg e conseguiu ganhar um total de 14 concursos de beleza.
A jovem, que antes pesava 140 Kg, passou dez anos tentando emagrecer e conta que apresentava problemas de saúde e enfrentava frequentemente bullying de amigos e moradores da cidade onde morava, em Marau, interior do Rio Grande do Sul e também de muitos seguidores das redes sociais.
Sabrina diz que sofria porque não podia usar roupas que gostaria e ainda tinha que comprar calças mascullinas de número 54. Para conseguir emagrecer, ela decidiu fazer uma cirurgia bariátrica e passou por uma reeducação alimentar, para reaprender a comer.
Com 16 anos, Sabrina decidiu ser vegetariano e parou de comer carnes, mas não tinha acompanhamento nutricional e então comia muita pizza, pastel, massas, sanduíches etc".
Ela ainda fazia dietas mirabolantes e usava remédios para emagrecer. “É difícil explicar minha rotina alimentar na época, pois não exista uma. Um dia, comia normalmente, no outro repetia o prato... Depois, não comia nada. Sempre me alimentei com saladas, verduras, legumes e frutas, mas meu peso subiu descontroladamente".
Quando passou dos 60 Kg para os 140 Kg, Sabrina sofreu com fadiga extrema, dores na coluna, joelhos e articulações, excesso de gordura no fígado, pressão alta e taquicardia, até que resolveu encarar a cirurgia bariátrica.
“O pós-operatório foi muito difícil. Saí da sala de cirurgia com o mesmo peso, a mesma mentalidade de 'gordo', mas com outro organismo", diz ela. Imediatamente, Sabrina iniciou uma série de três dietas: líquida, semi-pastosa e pastosa. "Após seis meses, eu já poderia ingerir açúcar branco e bebidas gaseificadas, mas me policiei e fiquei mais de um ano sem doces, farinha branca e frituras. Não bebo refrigerante há quatro anos”.
Mudar a forma de se alimentar foi a parte mais difícil. "É muito complicado. Acredito muito na ajuda de bons profissionais, como nutricionista, psicólogo e equipe médica, trabalhando ao seu lado. Mas a cirurgia não é milagrosa, como muitos pensam. Se você não estiver disposto a comer corretamente, provavelmente, voltará a engordar.”
Com 80 kg a menos, Sabrina Sgarbi optou por não tirar o excesso de pele. “Tenho cicatrizes, estrias, flacidez e peles extras. Ano passado, fiz mamoplastia e coloquei prótese de silicone nos seios. Sei que existem métodos para a remoção do que sobrou, mas não me incomoda. Parece estranho, mas sinto orgulho. Olho no espelho, me reconheço e sei o que passei”.
Sabrina, que tem parentes italianos, sempre quis ser eleita Rainha Italiana de Marau. Aos 21 anos, ganhou o concurso. “Em pouco tempo, já somei 14 títulos, entre municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Também acumulei coroas, troféus, medalhas e homenagens".
A gaúcha, que vai lançar um livro contando sua história, tem um blog e um canal de vídeos, em que ajuda pessoas que estão na mesma situação que passou a melhorar a autoestima, ver que a obesidade é uma doença e ajudar a lidar com o preconceito.
“Às vezes, não enxergamos a gravidade do problema. Acabamos nos acostumando a não conseguir caminhar, sentar, dormir, se vestir bem, a ter problemas de saúde... Mas a obesidade é uma doença crônica que acarreta outras e precisa ser tratada", afirma ela.
"Sobre o preconceito, digo: quem aponta o dedo para um pessoa obesa é ignorante e infeliz. Não podemos perder tempo nem lágrimas por causa de pessoas