O Museu do Piauí, Casa de Odilon Nunes, já tem uma nova data para ser reaberto ao público. Será nesta quinta-feira (2), em solenidade às 10h30. Na oportunidade, haverá apresentação do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Teresina e abertura da exposição temporária “Piauí Paisagens”, com fotografias de Aureliano Muller, Paulo Barros, Manoel Soares e Juscelino Reis.
O Museu possui acervo diversificado que compreende desde o período pré-histórico ao contemporâneo. A reforma, iniciada em junho de 2016, contemplou melhorias na estrutura física, além da implantação de um novo projeto museográfico. O palácio situado no Centro de Teresina ganhou novas salas, além de pinacoteca (galeria de pinturas) e recursos didáticos que auxiliarão no ensino-aprendizagem.
O projeto contempla uma nova disposição das salas do Museu do Piauí, com o devido suporte, adequação e iluminação. “O museu tinha algumas salas dedicadas a exposições de artes, mas eram amostras que não tinham o devido suporte. Nós montamos uma pinacoteca com vários seguimentos na área das artes plásticas”, comenta o arquiteto responsável pelo projeto, Paulo Vasconcelos.
Novidades
Na nova organização interna das salas do museu haverá espaço dedicado à arte sacra. As peças ganharão nova cenografia, possibilitando recursos de comunicação mais atrativos para o público que visita o local. Duas salas dedicadas às culturas negra e indígena serão montadas, além do tradicional espaço dedicado à história do Piauí.
Os ex-governadores piauienses também ganham lugar de destaque no palácio. Peças da família dos ex-governadores Eurípedes de Aguiar e Leônidas Melo, dentre outros, serão expostas no MUP. O museu também passa a expor aos visitantes peças da escritora e jornalista Genu Moraes, filha do ex-governador Eurípedes de Aguiar.
“Nesse novo projeto, o museu vai ficar mais atualizado, interessante, confortável e o acervo será mais valorizado. Passamos a dar a devida atenção às peças já existentes, que vão dividir o espaço com novas peças adquiridas e doadas para o nosso museu, que a partir de agora ficará à altura dos museus mais atualizados do Brasil. Esperamos, com isso, revitalizar o palácio e atrair um público ainda maior”, afirma a coordenadora do Museu do Piauí, Dora Medeiros.
Entre as novidades, Dora cita ainda a presença de objetos pertencentes às comunidades remanescentes indígenas do Piauí: Tabajara e Cariri.
“O museu tem um papel muito importante na preservação dessa cultura indígena, que não poderia ficar de fora desse novo projeto”, completa a coordenadora.
Reforma
No pátio, será colocada uma espécie de linha do tempo referenciando os principais
momentos históricos, para facilitar a compreensão de conteúdos vistos em sala de aula. O objetivo é que o museu se torne uma extensão das escolas, servindo como base para educadores na consolidação do ensino. Outra novidade é a aquisição de mais peças que retratam a cultura popular.
O serviço contemplou a parte elétrica e hidráulica, incluindo ainda a climatização, que vai oferecer mais conforto aos visitantes. Desde 1980, o local não sofria uma intervenção como essa. A Coordenação de Registro e Conservação da Secult é a responsável pelo projeto da reforma do museu.
“Além da reforma física, que é a maior dos últimos anos, nós fizemos um trabalho de pesquisa sobre os espaços e ambientes que estão sendo refeitos. Reabriremos o museu com acervo restaurado e uma nova museografia”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Fábio Novo.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), investiu cerca de R$ 360 mil na reforma do Museu do Piauí. Além disso, o novo projeto museográfico, orçado em R$ 300 mil, foi realizado com apoio do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura (Siec).
Histórico
Em 1934, por iniciativa do professor Anísio Brito, foi criada uma sessão do Museu do Piauí no Arquivo Público. No entanto, o museu só seria fundado em 1941 e só em dezembro de 1980 ganharia o Palácio da Praça da Bandeira como sede própria, na gestão do então Secretário de Cultura, Wilson Brandão.
O Museu do Piauí possui um acervo eclético, com aproximadamente sete mil peças. Integram este acervo artefatos pré-históricos, como peixes e troncos fossilizados, louças da Companhia das Índias, porcelanas chinesas e inglesas, mobiliário e quadros do século XIX, como a famosa tela de “Dom Pedro II” de Victor Meirelles, além de obras de arte contemporânea de renomados artistas piauienses como Gabriel Archanjo e Dora Parentes.
Também são encontrados no acervo do Museu: cédulas, moedas, medalhas, indumentárias da guarda nacional, machados primitivos, urna funerária, arcos, flechas, artesanato piauiense, entre outras peças de relevância cultural.