Após ser baleado, homem abre restaurante para ajudar crianças

Aos 44 anos ele levou um tiro de um garoto de aproximadamente 11.

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Aos 44 anos ele levou um tiro de um garoto de aproximadamente 11. Passou meses se recuperando – e, internado no hospital, tinha de controlar a pressão de tão nervoso que se sentia. “Foi aí que eu dei um abraço mental naquele garoto e o perdoei”, conta Rodolfo que, depois do episódio, criou uma ONG para ajudar menores a se desenvolverem socialmente. E de quebra, ele levanta fundos com um restaurante vegano e macrobiótico na Vila Madalena. Fomos conferir de perto essa história. Vem, que é muito amor envolvido!

“A minha história é um limão que tem que virar uma limonada”, começa a me contar o cientista social, joalheiro e chef Rodolfo Penteado. Em 2002 ele foi assaltado por um adolescente e levou um tiro no rosto, perto da região da orelha. “Não gasta combustível com esse rapaz que ele é óbito”, conta uma de suas lembranças do dia do acidente na ambulância.

Foram meses e mais meses de recuperação entre UTI, fisioterapia e terapia por conta da síndrome do pânico que ele desenvolveu após o ocorrido. E não foi só isso. “Eu lembro bem do chefe da cardiologia do hospital me dizer: ‘vê o que você faz, porque a medicina não consegue fazer mais nada, você vai morrer do coração e não do tiro‘. E foi a partir desse momento que eu dei um abraço mental nesse menino e disse ‘eu te perdoo, vai, você é a vítima de uma sociedade injusta como a nossa, e não eu”.

E é com essas palavras que hoje Rodolfo leva uma vida leve apesar da paralisia facial e da perda total da audição no ouvido esquerdo. Mas não foi só essa marca que o passado deixou. Durante a sua recuperação, ele prometeu para si mesmo que estruturaria uma ONG a fim de tirar menores do crime. Em 2009, com ajuda dos pais e amigos ele abriu a Agrisol Vale, no Vale do Ribeira.

Seu pai morava próximo ao litoral paulista e lá plantava palmito. Só que antes mesmo da colheita, era comum na região que menores entrassem nas terras e extraíssem de maneira indevida o palmito para poder renvende-lo. E foi a partir daí que o projeto começou auxiliando 27 famílias com o plantio do alimento. “A missão da ONG é pegar esses meninos que estão roubando o palmito e ensiná-los a plantar”, explica.

Super preocupado com o meio ambiente, todo o plantio é ecologicamente correto. E é com esse espírito que ele abriu o Fradinho, um simpático restaurante na Vila Madalena, em São Paulo.

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