?Mas você está morto!?. Foi essa a exclamação que o aposentado José Dorival Barbosa ouviu quando foi renovar a carteira de motorista no município de Cambira, no norte do Paraná. O que poderia ser apenas um erro do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) se confirmou como um problema maior quando Barbosa descobriu que o próprio Instituto de Identificação do Paraná também o considerava morto.
No Instituto, o registro de Barbosa aponta para óbito, sem prestar informações sobre data ou causa da morte, no entanto. ?Na realidade, nos documentos eu estou morto, mas pessoalmente eu estou vivo, graças a Deus. Mas tem o constrangimento de provar. Você está morto, mas tem que provar que está vivo para não dar problema para você mesmo?, lamentou o aposentado.
O problema foi detectado no Cartório de Apucarana, que na hora de fazer a certidão de óbito do pai de José Dorival, em 2006, utilizou o RG do filho. A auxiliar do cartório Maria de Lourdes Romário confirmou a falha, e garantiu que será corrigida. ?Inclusive entrei em contato com o Instituto de Identificação, achei que era necessário mandar um ofício e eles falaram que não, que isso é um problema que acontece corriqueiramente?, explicou, acrescentando que Barbosa terá de levar a certidão de óbito para o Instituto.
Até que a questão seja resolvida, José Dorival segue sem poder dirigir e provar que ainda vive. ?Enquanto não provar totalmente que estou vivo, a vida está parada?, constata. O Instituto de Identificação do Paraná informou que neste tipo de caso a responsabilidade é do cartório que enviou os dados errados, e que não é possível calcular o tempo para regularizar a situação de Barbosa, já que ela depende de um processo judicial.