Pelo final do s?culo, inunda?es de dimens?es que costumam ser vistas uma vez a cada 100 anos varrer?o Nova York a cada d?cada, as lagostas de Long Island podem desaparecer e as ma??s de Nova York se tornar?o bem menos acess?veis, se nada for feito para reduzir as emiss?es de gases respons?veis pelo efeito-estufa, de acordo com relat?rio divulgado na quarta-feira por um grupo de cientistas e economistas.
"A regi?o nordeste pode antecipar mudan?as substanciais - e muitas vezes desfavor?veis - durante o resto do s?culo", concluiu o relat?rio da Union of Concerned Scientists, que examinou o impacto do aquecimento global sobre a ?rea. "As caracter?sticas que definem a regi?o nordeste est?o sob amea?a". O relat?rio, que avalia nove Estados, resultou de dois anos de colabora??o entre a organiza??o de cientistas e uma equipe de dezenas de cientistas e economistas independentes.
Falando em entrevista coletiva no Jardim Bot?nico de Nova York, um dos autores do relat?rio, James McCarthy, professor de oceanografia biol?gica na Universidade Harvard e presidente eleito da Associa??o Norte-Americana para o Progresso da Ci?ncia, disse que poderia haver secas a cada ver?o nas montanhas Catskill, que servem de fonte de ?gua para os nove milh?es de moradores de Nova York.
Ao mesmo tempo, poderia haver chuvas pesadas, capazes de turvar a ?gua da cidade e causar inunda?es. Com temperaturas mais altas, o smog se intensificaria e a qualidade do ar na regi?o cairia, agravando significativamente as condi?es para os pacientes de asma, e a quantidade de p?len produzido dispararia, tornando a vida das pessoas que tenham alergias muito mais dif?cil.
Em relat?rio semelhante divulgado no ano passado, a organiza??o resumiu as altera?es do clima regional que o aquecimento global poderia causar. As temperaturas m?dias subiriam em mais de quatro graus cent?grados, no inverno e no ver?o, at? o final do s?culo, e Nova York teria de enfrentar 25 dias ao ano com temperatura de 38 graus ou mais. No relat?rio divulgado quarta-feira, o grupo se concentrou no poss?vel impacto dessas mudan?as.
Primaveras antecipadas, ver?es mais longos e invernos com menos neve j? se tornaram realidade, em parte devido aos gases emitidos durante os ?ltimos 50 anos. A regi?o ter? de se adaptar a essas mudan?as, segundo os cientistas. Mas as coisas podem se agravar muito mais, e os custos podem crescer consideravelmente, a menos que medidas sejam tomadas agora para mitigar o impacto.
Duas alternativas quanto ao futuro s?o expostas no relat?rio, que passou por revis?o por cientistas independentes antes de ser veiculado. Um projeta o que o futuro traria caso sejam tomadas medidas de redu??o de emiss?es, e a outra o que aconteceria se elas continuarem a crescer.
Sem redu?es nas emiss?es, o n?vel do mar continuaria a subir, inundando as ?reas costeiras do sul de Long Island e certas regi?es do sul de Manhattan, entre as quais o distrito financeiro, causando alagamento no metr? e tornando-o inoper?vel. Pelo final do s?culo, Atlantic City pode estar sofrendo inunda?es a cada dois anos.
O impacto sobre o setor agr?cola do Estado de Nova York, que fatura US$ 3,5 bilh?es ao ano, poderia ser devastador, segundo David Wolfe, professor de ecologia vegetal no Departamento de Horticultura da Universidade Cornell e um dos cientistas que contribuiu para o relat?rio. Embora as temperaturas mais elevadas inicialmente devam ser bem recebidas porque ampliariam a esta??o de crescimento das plantas, elas podem trazer novas pragas e insetos daninhos capazes de prejudicar as safras.
A menos que as emiss?es sejam reduzidas, advertiram os cientistas, as lagostas de Long Island desapareceriam ou se transfeririam para ?guas mais frias, ao norte. Sem um per?odo de solo congelado que favore?a o desenvolvimento, as macieiras de Nova York n?o produzir?o tantas frutas quanto no passado. Sob o desgaste causado por esp?cies invasivas, ?rvores como b?tulas, bordos e faias desaparece