A instalação “The Inverse” (O Inverso), obra de arte criada pela artista carioca Laura Lima, impressiona pelo tamanho e pela complexa engenharia de fios emaranhados conectados à própria estrutura do museu. Tais fios encaminham-se a um buraco na parede, como de um rato, de onde saem pernas humanas. O aspecto provocador da obra é evidente, mas o que não se esperava, talvez, era o tamanho da controvérsia que poderia provocar.
Em sua primeira individual em uma instituição americana, no Instituto de Arte Contemporânea (ICA), em Miami, a artista foi acusada, após a abertura da exposição, de ter induzido uma das participantes da instalação a realizar uma penetração vaginal com uma das cordas.
Laura nega veementemente a acusação de que teria colocado uma camisinha na ponta de uma das cordas, e oferecido lubrificante para a participante. Segundo a artista, o livre arbítrio e a vontade é parte essencial da própria obra, mas ninguém foi forçado, pressionado ou mesmo sugerido sobre como deveria se comportar.
Para ela, a natureza das questões levantadas distorce a proposta do trabalho, que jamais visou escandalizar ou artificialmente provocar a quebra de eventuais tabus. A participante se disse emocionalmente abalada desde sua participação. Tanto Laura quanto o museu se colocaram a disposição para encontrar-se com a participante, mas até então não obtiveram qualquer resposta.