Uma árvore centenária que fica dentro do terreiro de Alaketu, na Rua Luís Anselmo, no bairro Matatu de Brotas, caiu e atingiu quatro casas nesta sexta-feira (2). De acordo com o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Álvaro Silveira Filho, uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas. Já segundo vizinhos, a filha da vítima fatal e dois netos teriam ficado feridos. Eles teriam sido socorridos por populares.
Não há informações sobre o que pode ter provocado a queda da árvore, mas choveu na capital baiana na madrugada desta sexta. Equipes da Salvar, Samu e Polícia Militar estão no local do acidente.
Os Bombeiros ainda estão no resgate do corpo de uma mulher de 62 anos que morava em uma das casas atingidas. Equipes da Salvar, Samu, Engenheiros da Defesa Civil e Polícia Militar estão no local.
"A senhora Vanda Marins Ribeiro, de 62 anos, está sob um galho de árvore de grande porte, de 6 metros de comprimento e 60 cm de diâmetro. Não há condição dela estar viva, mas a morte será constatada por uma equipe da polícia técnica. Não foi possível ainda porque é preciso criar um acesso para a equipe de resgate", disse o engenheiro Antônio Figueiredo, da Codesal.
De acordo com moradores da região, um protocolo foi feito na Sucop, em 2011, com o pedido da poda e retirada da árvore, que poderia cair. De acordo com Álvaro Filho, as secretarias de Manutenção (Seman) e Promoção Social (Semps) também foram chamadas e mandaram equipes.
A vizinha Maria de Fátima dos Santos, de 56 anos, que mora no local há mais de 30 anos, disse que já tinha solicitado a poda da árvore diversas vezes.
"Essa árvore sempre teve risco porque sempre caia graveto no telhado. A primeira vez que pedi foi no ano de 2000, mas não tive resposta. Em 2012, depois que parte do telhado caiu, a Codesal veio aqui e orientou que os moradores saíssem de casa se chovesse. Não fizeram poda. Em 2014, retiraram dois galhos", relata. Ela disse ainda que já teve que fazer reforma no telhado por conta de desabamentos que ocorreram.
Maria de Fátima ainda mostrou o protocolo em que a Codesal orienta os moradores a saírem do imóvel em período de chuva. "A gente fica revoltado. Foi preciso morrer alguém para virem aqui", reclama.
Com a queda da árvore, o teto da casa dela desabou em dois quartos e na sala. Ela estava dormindo no quarto quando aconteceu e teve ferimentos leves no braço e na perna.
Segundo uma integrante do terreiro, Susane Ciags, o pedido de retirada da árvore foi feito apenas pelos vizinhos. Uma poda foi feita pela prefeitura em março deste ano. De acordo com ela, um raio teria causado a queda da árvore nesta sexta.
O terreiro Ilê Maroiá Lájié (Terreiro de Alaketu ou Olga de Alaketu) é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).