Às vésperas do leilão do 5G, marcado para a próxima quinta-feira (4), 8,7 milhões de brasileiros vivem numa espécie de apagão de 4G, a tecnologia anterior à quinta geração de telefonia, que promete maior velocidade de transmissão de dados e está atrasada no país.
Dados da Anatel anexados ao edital do 5G e compilados pelo GLOBO indicam que os excluídos digitais estão em 9.748 localidades que podem ser consideradas pontos cegos para o 4G.
A maior parte dessas áreas está em 416 cidades com menos de 30 mil habitantes, mas a lista também tem localidades mais populosas, em cidades médias, como Petrópolis (RJ), Uberaba (MG) e Vitória da Conquista (BA), e até em grandes centros, como São Paulo (SP).
Áreas pouco atrativas
São áreas que não foram contempladas com investimentos obrigatórios no leilão do 4G, em 2014. O compromisso de universalizar o acesso só foi incluído agora pela Anatel, no edital do leilão do 5G.
Empresas que vencerem o leilão deverão levar ao menos a cobertura 4G a essas áreas e alcançar a universalização do 5G até 2028, dependendo da região.
Onde o 4G não passa de uma miragem, há uma realidade que impacta o cotidiano de moradores e empreendedores, principalmente em tempos de pandemia, quando muitos estudantes tiveram aulas online, profissionais adotaram o home office e estabelecimentos investiram em serviços de entrega.