Um atentado terrorista ocorrido na tarde deste sábado (14) deixou pelo menos 231 pessoas mortas após explosões em Mogadíscio, capital da Somália. Inicialmente, autoridades do serviço da saúde haviam informado neste domingo (15) que o número de mortos era 189, mas, logo o número subiu par mais de 200.
O senador somali Abshir Abdi Ahmed informou, em entrevista à Associated Press, no final da manhã de hoje que o total de mortos era de 231 e disse que o número de feridos era de 275 segundo dados repassados pelo hospital em que as vítimas estavam sendo assistidas.
O ataque é considerado pelos somalis como o maior e mais grave da história do país africano.
O presidente do país Mohamed Abdullahi Mohamed decretou luto oficial por três dias.
O ataque ocorreu com uma explosão em frente ao Safari Hotel, local popular, mas que não costuma ser frequentado por funcionáros do governo.
Na televisão, o presidente Mohamed Abdullahi considerou como horrível o ataque perpetraado pelo Shebaa contra os civis inocentes. "Isso mostra a falta de piedade desses elementos violentos, que atacam sem distinção pessoas inocentes", disse.
O ataque terrorista ainda não foi reivindicado por nenhum grupo terrorista, mas rebeldes do Shebab, um embrião da Al Qaeda, realizam regularmente ataques suicidas na capital em sua luta contra o governo da Somália.
Ainda não se sabe qual era de fato o alvo. Se era mesmo o hotel, pois no passado, o Shebab atacou hoteis onde os membros do governo estavam hospedados.Testemunhas contaram que 22 corpos foram encontrados logo no sábado e mais 20 foram encontrados à noite sob os escombros.
— Nós não dormimos ontem à noite. Trabalhamos com os socorristas. Vinte pessoas foram retiradas dos escombros e creio que possa haver mais — contou Abdirisak Mohamed, dono de um dos edifícios destruídos pela explosão.
De acordo com outra testemunha, Abdi Muhsin Ali, os corpos de quatro irmãos que trabalhavam no local foram encontrados no momento da explosão.
— O número de mortos é maior que 100 e há várias centenas de feridos — disse à AFP Abdukadir Haji Aden, diretor do principal serviço de ambulância em Mogadíscio, sem conseguir dar um número preciso. — Todos os hospitais em Mogadíscio estão cheios de vítimas da explosão. O que aconteceu ontem (sábado) é uma tragédia sem precedentes.
Abdukadir Muktar, um oficial de segurança questionado pela AFP, disse que não tinha um relatório detalhado, mas centenas de pessoas teriam sido mortas ou feridas.
— O governo ainda está trabalhando para estabelecer o número exato de pessoas inocentes mortas ou feridas — afirmou ele.
Os Shebabs querem derrubar o frágil governo central da Somália, apoiado pela comunidade internacional e pelos 22 mil soldados da União Africana. Eles foram expulsos da capital do país em agosto de 2011 e, ao longo dos anos, perderam o controle dos principais bastiões. Mas os rebeldes continuam a controlar as áreas rurais e lançam ataques contra as alianças militares, governamentais e civis, bem como ataques terroristas na vizinha Quênia.
O ataque no sábado ocorreu dois dias depois que o ministro da Defesa e o chefe do Exército renunciaram sem que os motivos fossem conhecidos.