Bandidos invadiram três ônibus durante a noite desta sexta-feira (3), ameaçaram os passageiros e jogaram combustível em todo o veículo antes mesmo das pessoas descerem. Em um dos ônibus tinha duas crianças - de um ano e de seis anos. A mais velha está com 90% do corpo queimado.
Segundo testemunhas, os bandidos agiram com muita violência. ?Dois elementos entraram dentro do ônibus e começaram a jogar gasolina. Tipo assim, nas meninas e aí ela pediu [a mãe] para não jogar nas meninas. Aí jogaram cada vez mais, eles jogaram nelas e jogaram fogo?, conta uma testemunha.
Em outra parte da cidade, um policial militar aposentado foi assassinado e uma delegacia de polícia foi atacada. Pelo menos quatro tiros foram disparados contra a fachada do prédio, mas ninguém ficou ferido.
Os ataques, segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram uma retaliação às medidas mais rígidas adotadas pela Polícia Militar - que ocupa há uma semana o complexo penitenciário de Pedrinhas. "A Inteligência já identificou, não só que a ordem partiu de dentro do presídio, mas também quem deu a ordem, e quem está executando estas ordens na rua. o Estado não vai retrosceder e está pronto npara responder à altura a essa agressão dos criminosos", afirma Aluísio Mendes, secretário de Segurança Pública - MA.
Durante a semana, mesmo com a presença da Tropa de Choque da PM e a Força Nacional de Segurança na penitenciária, um preso fugiu e dois foram assassinados. Ontem, houve uma vistoria nas celas e foram encontrados celulares e até uma pistola calibre 380, com munição.
Para evitar a entrada de outras armas, a PM estabeleceu regras mais rígidas para visitas aos presos - que agora só poderão ser feitas por parentes de primeiro grau e esposas. Também houve transferências de detentos de um setor para o outro dentro da própria penitenciária.
A polícia diz que ainda haverá outras mudanças para tentar controlar a situação em Pedrinhas. Do ano passado pra cá, 62 detentos foram assassinados. "Tem que ser colocadas as grades, os presos ainda estão soltos. O que está faltando são as empresas particulares fazerem a vistoria adequadamente, dentro de uma técnica que permita identificar de onde está vindo essas armas", declara Aldimar Zanoni Porto, Comandante Geral da Polícia Militar.