No Dia Mundial do Doador de Sangue, 14 de junho (sexta-feira), o Grupo Matizes e a Liga Brasileira de Lésbicas do Piauí realizarão pela manhã, na sede do HEMOPI, uma manifestação solidária. Os militantes farão doações de sangue simbólicas em protesto à portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde, que proíbe a doação de sangue por homens homossexuais.
Esta portaria determina no anexo de procedimentos técnicos e homeopáticos que homens que tiveram relações sexuais com outros homens ou as parceiras destes são inaptos a realizar doação pelo menos no período de 12 meses.
Segundo informações do HEMOPI, caso algum homem que se enquadre nas condições desejar fazer doação de sangue, deverá passar pela triagem, como qualquer pessoa. No entanto, o médico triador vai decidir se ele cumpre ou não os requisitos e se está apto para doar.
O impedimento da doação de sangue por homens gays e bissexuais causará impacto durante a semana em que se comemora o Dia Mundial do Doador de Sangue. Neste período, o HEMOPI organiza uma programação especial com o objetivo de aumentar as doações de sangue e a fidelização dos doadores eventuais. Militantes da causa LGBT acreditam que esta medida é uma restrição e despreza uma parcela significativa de doadores, dificultando a reposição dos estoques que já são limitados.
Matizes lança campanha pela igualdade
O Grupo Matizes segue com a campanha ?Nosso Sangue Pela Igualdade?. Marinalva Santana, fundadora e coordenadora do grupo, declara que a ação que vai ocorrer na sexta-feira (14), além de praticar um gesto de solidariedade, vai reforçar a luta contra o preconceito. De acordo com ela, esta causa contém importantes apoiadores, como Conselho Federal de Serviço Social ? CFESS.
Herbert Medeiros, professor, homossexual e militante do Grupo Matizes, afirma que em março deste ano já realizou uma doação de sangue. Ele avalia que esta medida do Ministério da Saúde é excludente. ?Essa postura é discriminatória e apenas reforça um esteriótipo dos anos 80, de que gays são promíscuos.? Para ele é contraditório haver esta proibição, frente a grande demanda de sangue. Argumenta ainda que esta medida é desnecessária, já que os testes sanguíneos feitos por heterossexuais e homossexuais são os mesmos.