Autoestima elevada para enfrentar o câncer

Voluntárias ensinam a usar lenço em ação do Dia do Câncer

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O Dia Mundial de Combate ao Câncer, 4 de fevereiro, foi marcado em Teresina pela ação da Associação Piauiense de Combate ao Câncer (APCC), que realizou uma ação no ambulatório de um hospital de referência que atende pacientes com câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no centro da capital. A participação das Divas da Beleza, um grupo de voluntárias, animou as pacientes do hospital, ensinando técnicas e usos diversos do lenço para as mulheres que lutam contra o câncer.

Simone Guimarães, 50 anos, que mora em Teresina e faz tratamento no hospital, luta contra o câncer de mama pela segunda vez e conta que não deixa de ser vaidosa. Combinando acessórios no tom rosa (lenço, batom e óculos), ela mantém sua autoestima nas alturas e serve de exemplo para outras mulheres que também enfrentam a doença. "Antes pensava que tinha receio que a doença voltasse e quando descobri que ela retornou fui perdendo o medo e acreditando que vai dar tudo certo", disse confiante. 

Raissa Morais

Em relação ao uso do lenço ensinado de várias formas pelas voluntárias, ela conta que se sente mais vaidosa com o acessório, mas confessa que não abre mão de também sair na rua sem ele, embora evite, devido ao preconceito das pessoas. Como se não bastasse o drama de enfrentar uma doença como o câncer, ela conta que ainda tem de encarar os olhares maldosos das pessoas. "Estou querendo aprender outras opções de como usar os lenços. Às vezes, quando saio sem ele, vejo o olhar das pessoas que impacta, então evito", confessou.

No Brasil, vários famosos também aderiram à campanha #VádeLenço, criada pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia  (Abrale) com o objetivo de conscientizar a população sobre como combater o câncer e homenagear a todos que estão lutando contra um ou já venceram a doença. O uso do lenço serve de alerta para o câncer e a importância de nos conscientizarmos sobre  prevenção, para garantir um diagnóstico cada vez mais precoce.

“O que mais importa é ter força e não desistir"

Quem também não abre mão de se manter vaidosa, enquanto enfrenta o câncer, é a estudante Janaína Nunes, 37 anos. "Não podemos deixar de ser vaidosas, com os lenços temos que ser criativas e fazer o que tiver vontade", disse Janaína, que reside no sul do Estado, em Avelino Lopes, e foi diagnosticada com um câncer de mama há dois meses e está em tratamento em Teresina.  

Raissa Morais

Mesmo com o tratamento sendo agressivo, Janaína enfrenta com um sorriso no rosto, força e serenidade. Ela conta que o apoio da família tem sido fundamental. “Descobri a doença com o autoexame e foi impactante. Temos que encarar isso de boa. Temos que enfrentar não só o câncer, mas outros problemas que são muito piores. Eu tive um suporte sempre presente da família e eles têm me botado assim: para cima!", relata a estudante.

Quem já contornou a doença e superou as dificuldades foi a psicóloga Albertiona Rodrigues, 51 anos. Em julho de 2017, ela descobriu o câncer e hoje está curada. Na época, mesmo fragilizada pelos sintomas da patologia, começou a participar do Divas da Beleza. "Busquei força no grupo e encontrei amigas. Passei por tudo isso, fiz quimioterapia, 30 radioterapias, cirurgia de mama. Em todos os eventos do grupo, digo para as mulheres que estão passando por isso: que logo isso vai chegar ao fim, mesmo que elas fiquem sem um fio de cabelo e depois vem essa cabeleira cheia de vida  (risos). O que mais importa é ter força e não desistir", atenta ela.

Exames preventivos ajudam no diagnóstico precoce

A incidência do câncer no Brasil tem aumentado. Cerca de 600 mil casos são diagnosticados por ano no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para 2019, são esperados mais 12,5 mil novos casos. Segundo o Oncologista André Luis Sobral, o diagnóstico deve ser feito precocemente. 

"É importante que as pessoas estejam atentas aos exames preventivos, como mamografias aos 40 anos de idade para todas as mulheres, exames de papanicolau e prevenção e colonoscopia, a partir dos 50 anos de idade para homens e mulheres. Tomografia de pulmão é indicada a quem está com 50 e 55 anos de idade. Em todo sintoma é essencial que as pessoas procurem uma assistência médica, principalmente se tiverem maior tempo de duração como perda de peso, tosse, falta de ar e sintomas que persistem por mais de três meses", explica.

Raissa Morais

"No Piauí, cerca de 3 a 4 mil novos casos de câncer acometem a população. No estado, temos três hospitais que contemplam o tratamento e diagnóstico aos pacientes pelo SUS. Temos radioterapia, quimioterapia e o paciente é bem tratado no tratamento oncológico", complementa o médico.

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