O apetite feminino por livros eróticos é um fenômeno que está à vista na livraria mais próxima. Especialmente depois do sucesso de vendas de 50 Tons de Cinza, que aparentemente foi um ?aval? para que até a mais tímida das mulheres investisse no gênero sem ruborizar publicamente.
Apesar dessa visível mudança comportamental, a escritora canadense Lisa Gabriele acredita que o interesse por conteúdo erótico sempre existiu por parte das mulheres.
Ela é autora do livro S.E.G.R.E.D.O. ? Sem Julgamentos. Sem Limites. Sem Vergonha, publicado recentemente no Brasil pela editora Globo, e observa que, apesar de toda a revolução sexual que tirou a mulher de um papel passivo para ser dona das suas escolhas também na cama, as mais liberais ainda podem ser sinônimo de ameaça. ?Acredito que os homens mais fortes amam quando as mulheres sabem o que querem e não se sentem envergonhadas para expressar isso?, afirma. E provoca: ?eu penso que uma mulher sexualmente confiante pode assustar alguns homens, mas estes são homens que você quer assustar de qualquer forma?.
O livro foi destaque na última feira de Frankfurt, em outubro de 2012, e, apesar de ter vindo na onda de ?50 Tons?, em nada se assemelha à relação sadomasoquista que embala a trilogia de E.L. James.
Cassie, a protagonista, é uma garçonete que teve um casamento fracassado do ponto de vista sexual. Aos 35 anos, ela não imagina o quanto este aspecto está mal resolvido em sua vida, até conhecer uma sociedade secreta que tem por objetivo ajudar as mulheres a se encontrarem com o seu próprio desejo.
A partir de então, ela aceita se entregar a diversas fantasias, como receber sexo oral de um desconhecido dentro da própria a casa ou ser tocada, por debaixo do vestido, no meio de um salão lotado de gente.
Em entrevista, Lisa falou sobre o processo de criação da personagem e os objetivos com o livro, além da importância de a mulher ampliar o conhecimento sobre as próprias preferências entre quatro paredes. ?Assistir pornografia ou imagens eróticas é legal, mas ler força você a imaginar cenários, e acho a imaginação muito mais potente do que quando as imagens são mostradas diretamente?.