O governo da Turquia usou o avião presidencial para levar 16 bebês resgatados sozinhos nos escombros de prédios destruídos pelo terremoto que assolou o país. As crianças, todas com menos de 1 ano de idade, foram levadas da cidade de Karamamaras para a capital, Ancara. Até o momento, o tremor de terra resultou na morte de 12.873 pessoas na Turquia e 3.162 na Síria.
O transporte dos bebês foi divulgado nas redes sociais da ministra da Família e dos Serviços Sociais da Turquia, Derya Yanık. "Pegamos 16 bebês lindos, de 0 a 1 ano, desacompanhados e desamparados, e os transportamos de Kahramanmaraş para Ancara. A saúde geral de nossas crianças é muito boa. Após os primeiros cuidados, serão atendidos em nossas instituições", escreveu.
A primeira-dama da Turquia, Emine Erdoğan, também usou o Twitter para falar sobre os bebês resgatados. "A boa saúde de 16 vítimas do terremoto, que foram transportadas de Kahramanmaraş para Ancara pelo avião presidencial por instrução de nosso presidente, renovou um pouco nossas esperanças. Eles estão nas mãos seguras do nosso estado", disse.
"Também seguirei os próximos passos de nossos bebês sob cuidados. Desejo boas notícias a todas as nossas crianças afetadas pelo desastre e desejo uma rápida recuperação aos nossos filhotes feridos", acrescentou a primeira-dama.
Lentidão em resgate
As mensagens foram publicadas após o governo turco ter recebido críticas relacionadas a lentidão da chegada de ajuda a algumas áreas de acesso difícil ou afetadas pelos conflitos geopolíticos da região. Nesta quarta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, visitou duas províncias afetadas pelo terremoto de 7,8 de magnitude.
Em Hatay, Erdogan reconheceu "deficiências" nos esforços de resgate, mas fez a ressalva de que "é impossível estar preparado para uma catástrofe dessas". Segundo ele, só nessa província foram mobilizados 21 mil socorristas, rebatendo críticas de pessoas que alegaram não terem visto soldados ou policiais em algumas áreas.
Previamente em Kahramanmaras, epicentro do tremor, Erdogan disse:
— Enfrentamos dificuldades no início com os aeroportos e as estradas, mas hoje estamos melhores e amanhã estaremos melhores — afirmou o chefe de Estado. — Estamos diante de um grande desastre. Meu povo sempre tem paciência. Tenho certeza de que minha nação mostrará paciência novamente.
Fome, frio e falta de abrigo
A destruição causada pelos fortes tremores que atingiram a Turquia e a Síria no início desta semana não são os únicos desafios enfrentados pelas vítimas da tragédia e pelos governos locais. A fome, o frio intenso do inverno e a falta de abrigo estão entre as dificuldades com as quais os sobreviventes do terremoto precisam lidar.
Mais de 72 horas após o terremoto, o período com mais possibilidades de encontrar sobreviventes, as autoridades temem um aumento dramático do número de vítimas fatais devido ao elevado número de pessoas que, calculam, continuam presas nos escombros.
Vários sobreviventes foram obrigados a procurar alimentos e refúgio por conta própria. Sem equipes de resgate em vários pontos, alguns observaram impotentes os pedidos de ajuda dos parentes bloqueados nos escombros até que suas vozes não fossem mais ouvidas.