Aviões com repatriados da China pousam na Base Aérea de Anápolis 

Vídeo mostra quando as aeronaves pousam em Goiás. Grupo com 34 passageiros saiu de Wuhan - epicentro do coronavírus - e deve ficar em quarentena por 18 dias.

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Os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) com brasileiros repatriados da China devido ao surto de coronavírus pousaram na Base Aérea de Anápolis às 6h05 e 6h11 deste domingo (9). A partir de agora, eles vão ficar em quarentena no local por 18 dias. O Ministério da Defesa informou que todos os passageiros estão bem de saúde e assintomáticos.

"Iniciamos uma nova fase que terá como objetivo oferecer aos repatriados conforto, bem-estar e o acesso à comunicação de qualidade para contato com os seus familiares. A Força Aérea Brasileira concentra-se agora para que cada um dos repatriados e envolvidos nessa missão sinta-se bem recebido nesse regresso à pátria amada", disse o coronel aviador Antônio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues.

Foto: Reprodução/ Globo News

Ao todo, segundo a FAB, as aeronaves trouxeram 34 passageiros - entre brasileiros e cônjuges chineses - que estavam em Wuhan, epicentro do surto do coronavírus. Além deles, também viajou uma equipe de apoio com 24 membros (veja detalhes abaixo).

Os passageiros desceram usando máscaras cirúrgicas e foram direto para um ônibus. Eles eram orientados por uma equipe, que vestia macacões amarelos.

"Não há nenhum sintoma de nenhum tipo de dificuldade. Eles seguem agora para os seus apartamentos, onde a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás irá fazer os exames. Depois, eles vão entrar na rotina diária de quarentena, quando três vezes ao dia farão uma consulta com os médicos", disse o general Manoel Pafiadache, secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa.

Foto: Sílvio Túlio/G1

O Ministério da Saúde ainda vai avaliar o quadro de cada integrante da equipe de apoio para saber se o grupo de suporte vai precisar ficar isolado. Um grupo com 50 militares fez a desinfecção dos equipamentos e veículos usados no transporte dos passageiros após o pouso.

Ao todo, foram 95 horas de voo desde que as equipes partiram de Brasília para buscar os brasileiros, na quarta-feira (5). No caminho de volta, os aviões saíram de Wuhan sexta-feira (7) e pararam em Urumqi (China), Varsóvia (Polônia) e Las Palmas (Espanha). Já no Brasil, fizeram em Fortaleza uma última escala antes de pousar em Anápolis. Cada um dos trechos da viagem tem aproximadamente 18,3 mil km.

Após o desembarque, um dos brasileiros repatriados fez postagens na rede social agradecendo a ajuda da FAB e também pelo acolhimento recebido. Em uma das publicações, ele se surpreende com os lanches deixados no quarto como um presente de boas-vindas.

Foto: Reprodução/Instagram

Os Hotéis de Trânsito da Base Aérea de Anápolis foram adaptados para recebê-los. No local, os repatriados serão obrigados a usar máscaras quando estiverem fora dos quartos. Além disso, terão a saúde monitorada três vezes ao dia.

Desde o início do surto, no início do ano, a China registrou 812 mortes por coronavírus e 37.251 casos confirmados. No Brasil, são oito casos suspeitos do novo coronavírus e nenhuma confirmação, de acordo com o Ministério da Saúde. Os dados são do balanço divulgado às 13h30 deste sábado. Segundo o governo federal, já foram descartadas 28 suspeitas desde o começo do monitoramento.

O que será oferecido aos repatriados na quarentena em Anápolis:

6 refeições diárias: café, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia (acompanhados por nutricionistas);

Videogame, brinquedoteca, jogos, biblioteca, apresentação de bandas militares;

Internet, TV a cabo, frigobar, geladeira sem itens alcoólicos;

Serviço religioso;

Emergência odontológica;

Apoio psicológico e pedagógico.

 Foto: Sílvio Túlio/G1

Os repatriados

Os grupo dos 34 repatriados da China é composto da seguinte forma:

4 chineses casados com brasileiros;

7 crianças com idades entre 2 e 12 anos;

23 brasileiros adultos – casais e homens e mulheres solteiros (sendo três diplomatas).

A tripulação das aeronaves é formada por:

14 médicos;

8 tripulantes;

2 jornalistas.

Seis estrangeiros tiveram autorização do governo federal para embarcar nos aviões. No entanto, um indiano não viajou por problemas no passaporte. Os demais desembarcaram na Polônia:

4 poloneses;

1 chinês.

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