Os contínuos ataques aéreos israelenses em Gaza causaram extensa destruição em um bairro no centro do enclave. As autoridades do ministério da saúde, administrado pelo Hamas, relatam que o número total de mortos em toda a região ultrapassou 4.300 pessoas.
Mais da metade das vítimas são mulheres e crianças, de acordo com informações do ministério. Cerca de 1,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados, com mais de meio milhão de pessoas abrigadas em 147 locais da ONU. No sábado (21/10), caminhões com doações de alimentos, medicamentos e itens básicos começaram a entrar em Gaza pela fronteira com o Egito.
O Exército de Israel declarou que a assistência estava direcionada exclusivamente à porção sul do enclave palestino. Paralelamente, as forças militares instaram todos os residentes do norte da Faixa de Gaza a evacuar a área e se dirigirem para o sul, na reserva de Wadi Gaza, localizada no centro do território.
Contudo, os ataques aéreos israelenses também persistiram no sul de Gaza, enquanto algumas pessoas se recusaram a abandonar suas residências, argumentando que não há um local verdadeiramente seguro. Israel suspendeu o fornecimento de combustível, eletricidade e água a Gaza após o braço militar do Hamas invadir a fronteira com Israel, resultando em mais de 1.400 mortes e mais de 200 reféns.
BAIRRO DESTRUÍDO
Os mais recentes ataques aéreos israelenses causaram a destruição do bairro de al-Zahraa, localizado no centro de Gaza. Durante a noite de sexta-feira (20/10), mais de 20 edifícios residenciais foram reduzidos a escombros. Vídeos e imagens compartilhados nas redes sociais evidenciaram nuvens de fumaça que se elevavam sobre o bairro, revelando uma paisagem desolada de prédios destruídos e ruas obstruídas por destroços.
Residentes informaram à BBC que não esperavam o ataque, já que a área estava relativamente tranquila. Foram instruídos a evacuar na noite de quinta-feira, por volta das 20h30, horário local. Como resultado dos bombardeios, milhares de pessoas ficaram desabrigadas e, na sexta-feira, um morador relatou à BBC que algumas pessoas ainda estavam presas sob os escombros de suas casas.
ORDEM PARA ESVAZIAR HOSPITAL
No norte de Gaza, o Crescente Vermelho, uma organização humanitária, informou que as forças israelenses ordenaram a evacuação do Hospital Al-Quds. Atualmente, o hospital abriga mais de 400 pacientes e 12 mil civis deslocados, de acordo com a instituição. O Crescente Vermelho fez um apelo urgente à comunidade internacional para intervir.
Por sua vez, um grupo de médicos chamado "Médicos pelos Direitos Humanos de Israel" apresentou uma petição ao Supremo Tribunal israelense, alegando que o Hospital Al-Quds não deveria ser esvaziado. A agência humanitária solicitou uma evacuação médica urgente para crianças doentes e feridas de Gaza, enquanto alertava para o aumento das mortes devido à grave escassez de suprimentos médicos e aos cortes de energia.