Esta semana duas categorias laborais deflagaram greve e iniciaram as paralisações. O Sindicato dos Correios aderiu na última quarta-feira, 18, e os bancários desde ontem, 19, iniciaram o movimento grevista por tempo indeterminado.
Na manhã de ontem os grevistas estavam espalhados em vários pontos da cidade: os bancários, na Rua Álvaro Mendes, onde se situa a Agência Central do Banco do Brasil. E próximo desse local estavam os carteiros que se mobilizam na Rua Antonino Freire.
A base das reivindicações de ambos é a questão salarial. Os bancários pedem um aumento de 11,93%, deste valor 5% representa um aumento real, o restante do valor é para cobrir a inflação projetada. Os trabalhadores dos Correios pedem um aumento real de 15% e calculam o aumento da inflação em torno de 7,13%, além de um aumento linear de R$ 200,00. Além dessas, o movimento tem pautas que vão além do aumento do salário.
Os bancários pedem também melhores equipamentos, mais concursos e funcionários, além de melhores condições de saúde e principalmente de segurança dentro das agências. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, José Arimateia, as agências lotéricas cumprem a legislação estadual, enquanto os bancos cumprem parcialmente e deixam muitos pontos a desejar.
Ocorreram manifestações dos grevistas em outras agências bancárias, como uma da Caixa Econômica situada na Areolino de Abreu. Outro local que concentrou muitos manifestantes dos Correios foi a agência na Avenida Walter Alencar.
ALTERNATIVAS - Em nota divulgada na quarta-feira (18), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que a população tem uma série de canais alternativos para a realização de transações financeiras além das agências bancárias.
?Os bancos oferecem aos clientes opções como os caixas eletrônicos, internet banking, o aplicativo do banco no celular (mobile banking), operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes, que são casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados?, afirma.
Com a paralisação parcial dos serviços dos Correios no Piauí, a rede de atendimento continua aberta e todos os serviços estão disponíveis - com exceção dos serviços de postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada, que não estão funcionando nos locais com paralisação deflagrada.
Apenas 14% dos funcionários dos Correios aderiram à greve
Segundo a assessoria dos Correios no Piauí, 86% dos empregados, ou 1.440 profissionais, continuam trabalhando, apesar da greve da categoria. O número é apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Para os trabalhadores dos Correios existe um agravante que os levou à paralisação. Trata-se do horário de trabalho, pois as entregas realizadas à tarde são inadequadas devido ao sol forte. Para os grevistas as entregas devem ser feitas apenas pela manhã, deixando para tarde os serviços de manipulação.
A segurança também é pauta de reivindicação dos servidores dos Correios. ?Segurança na Agência dos Correios é um problema muito sério?, avalia o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect) , José Rodrigues. Os Correios já foram inclusive condenados pelo Tribunal do Trabalho do Piauí (TRT/PI) por negligência à segurança dos funcionários e clientes.
Ele acrescenta que outro problema combatido pelos carteiros é a mudança do plano de saúde do Correio Saúde para Postal Saúde. Segundo o vice-presidente do Sintect, esta alteração vai banalizar o serviço e prejudicará os servidores, que por meio da greve esperam ter esta e outras reivindicações sejam atendidas.