O Banco Itaú confirmou, nessa terça-feira (06) que está deixando o país vizinho. Por meio de um comunicado, a empresa está em negociações preliminares para a venda de sua operação na Argentina ao Banco Macro, uma das principais instituições financeiras do país.
“O Itaú Unibanco reitera que, até o presente momento, não assinou documento vinculante em relação a esta possível alienação e comunicará imediatamente ao mercado qualquer informação relevante sobre este fato", abordou o banco, através de nota, ao NeoFeed.
Conforme reportado pelo jornal La Nación, que divulgou anteriormente as negociações entre os dois bancos, a possibilidade de venda não causou grande surpresa no mercado. A operação do Banco Itaú na Argentina é relativamente pequena em comparação com sua presença no mercado brasileiro.
De acordo com a empresa americana S&P Global Market Intelligence, embora o Banco Itaú seja o líder em ativos em toda a América Latina ao final de 2022, com US$ 439 bilhões em gestão, sua atuação na Argentina não figura entre os dez principais bancos do país.
A possível operação de venda, em um ano eleitoral e marcado por alta volatilidade no país vizinho, reforça a percepção do mercado financeiro local de que a incorporação da subsidiária do Itaú pelo Banco Macro pode ser apenas o início de uma série de vendas de instituições financeiras de capital internacional presentes na Argentina. O timing escolhido para essa transação sugere uma tendência de reestruturação do setor bancário no país.
Em maio, a taxa de inflação na Argentina ultrapassou a marca de 100%, atingindo o maior índice em 32 anos. Isso reflete o agravamento da crise econômica no país. Como parte das medidas adotadas, o Banco Central argentino (BCRA) lançou recentemente uma nova cédula de 2.000 pesos. Além disso, o câmbio está instável e o país enfrenta um déficit em suas reservas internacionais em dólares, o que dificulta as operações de instituições estrangeiras. Esses indicadores demonstram os desafios enfrentados pela economia argentina atualmente.